Da Redação
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi levado ao centro cirúrgico do hospital DF Star, em Brasília, na tarde desta segunda-feira, para a realização de mais uma intervenção médica voltada ao controle de crises recorrentes de soluço. Desta vez, o procedimento consistiu no bloqueio anestésico do nervo frênico do lado esquerdo. No sábado, ele já havia sido submetido à mesma técnica no lado direito.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro confirmou a realização do procedimento por meio das redes sociais e pediu orações ao ex-presidente e à equipe médica responsável pelo tratamento.
De acordo com boletim divulgado no domingo, Bolsonaro apresentou uma nova crise de soluços durante a madrugada, acompanhada de aumento da pressão arterial. Apesar disso, os médicos informaram que ele se encontrava estável no momento da divulgação e sem episódios ativos. As crises noturnas, segundo a equipe, prejudicaram o descanso do ex-presidente.
Os médicos explicaram que o bloqueio do nervo frênico esquerdo já fazia parte do planejamento terapêutico e foi indicado como complemento ao procedimento realizado anteriormente. A estratégia busca avaliar a resposta do organismo antes da definição dos próximos passos no tratamento.
O bloqueio do nervo frênico é adotado em situações específicas, quando os soluços se mostram resistentes aos medicamentos convencionais. Esse nervo é responsável por controlar o diafragma, músculo essencial à respiração, e sua estimulação inadequada pode provocar contrações involuntárias que resultam nos soluços. A anestesia local reduz temporariamente a condução dos impulsos nervosos, interrompendo o reflexo.
Segundo os especialistas, o método não causa paralisia permanente nem compromete a respiração de forma definitiva, sendo considerado um recurso pontual e monitorado. Em alguns casos, como o de Bolsonaro, o bloqueio é realizado de forma bilateral, em etapas, para observar os efeitos clínicos com maior segurança.
As crises de soluço enfrentadas pelo ex-presidente são associadas a complicações decorrentes da facada sofrida durante a campanha eleitoral de 2018, que provocou alterações no trato gastrointestinal e episódios recorrentes ao longo dos anos.
Bolsonaro havia sido internado inicialmente para uma cirurgia de correção de hérnia inguinal bilateral, realizada na última quinta-feira. A necessidade de novos procedimentos surgiu após o agravamento das crises de soluço durante o período de recuperação.
A hérnia inguinal bilateral ocorre quando parte do intestino se projeta por áreas fragilizadas da parede abdominal, na região da virilha. A cirurgia tem como objetivo reposicionar o conteúdo abdominal e reforçar a musculatura local, reduzindo riscos de dor e complicações futuras.






