Da Redação
O sumiço do ativista ambiental e biólogo João Paulo Vaz da Silva, conhecido como João Planta, segue sem esclarecimentos e completa 20 dias neste sábado, 28. O jovem foi visto pela última vez em 8 de dezembro, na região da Cidade Alta, em Alto Paraíso de Goiás, área turística da Chapada dos Veadeiros, e desde então não há informações oficiais sobre seu paradeiro.
Relatos de pessoas próximas indicam que João deixou o local onde estava hospedado após ser chamado por desconhecidos para ajudar a retirar um veículo atolado. A saída repentina chamou atenção por contrariar completamente seus hábitos: ele saiu apenas com a roupa que vestia, deixando para trás celular, documentos e objetos pessoais.
Com o passar do tempo, o caso tem gerado apreensão e levantado questionamentos, especialmente por conta de um episódio ocorrido em 2024, quando o ativista foi vítima de uma tentativa de homicídio. Amigos e familiares, no entanto, reforçam que não existe confirmação de ligação entre os dois episódios. O atentado do ano passado segue como um processo criminal independente, em que João figura como vítima, enquanto o desaparecimento atual é tratado como uma ocorrência distinta, ainda sob investigação.
Pessoas próximas relatam que a falta de informações oficiais tem intensificado a angústia. Anallu Parente Rocha, amiga de João há mais de uma década, afirma que o comportamento do biólogo antes de desaparecer foge completamente do seu perfil. Segundo ela, João sempre avisava sobre seus deslocamentos e jamais sairia sem o celular. “O silêncio e a ausência de respostas nos deixam muito preocupados. Queremos entender o que aconteceu”, disse.
Outra amiga, que preferiu não se identificar, relembra que o episódio de 2024 foi tratado como um atentado intencional, com registros periciais e imagens. Para ela, o atual desaparecimento apresenta circunstâncias incomuns desde o início. “Ele tinha acabado de chegar com comida para almoçar. Saiu para ajudar alguém e nunca mais voltou”, relatou, criticando o que considera demora na coleta de provas e verificação de câmeras de segurança.
A Polícia Civil informou apenas que o caso segue em apuração. Procurada, a delegacia responsável não respondeu aos contatos da reportagem.
Conhecido na região da Chapada por seu envolvimento com causas ambientais e pelo trabalho com coleta e catalogação de plantas, João Planta é descrito por amigos como uma pessoa tranquila, solidária e muito ligada à comunidade local. Desde o desaparecimento, familiares, amigos e apoiadores mantêm uma mobilização constante, divulgando o caso e pedindo que qualquer informação seja repassada às autoridades.
Enquanto aguardam avanços nas investigações, pessoas próximas reforçam o compromisso de evitar especulações e de respeitar os trâmites legais. A expectativa, segundo eles, é que as respostas surjam com o avanço do trabalho policial.






