Da Redação

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes autorizou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a se submeter a uma cirurgia para correção de duas hérnias inguinais durante o período do Natal. Atualmente detido na superintendência da Polícia Federal em Brasília, Bolsonaro poderá ser transferido para o hospital DF Star na quarta-feira, dia 24, para internação e realização do procedimento cirúrgico no dia seguinte, 25 de dezembro.

A decisão do ministro teve parecer favorável da Procuradoria-Geral da República e considerou um laudo técnico elaborado por médicos peritos da Polícia Federal. O documento recomenda que a cirurgia seja realizada com urgência, diante do quadro clínico apresentado pelo ex-presidente.

Mesmo tendo negado novamente o pedido de prisão domiciliar apresentado pela defesa, Moraes entendeu que o estado de saúde justifica a autorização para o tratamento médico fora da unidade policial.

Laudo médico aponta agravamento do quadro
O laudo pericial, produzido no dia 19 de dezembro, descreve que Bolsonaro apresentou episódios contínuos de soluço durante toda a avaliação médica, com frequência estimada entre 30 e 40 ocorrências por minuto. Segundo os especialistas, não houve melhora ou remissão do quadro ao longo do exame.

O documento é assinado pelos médicos Cristian Kotinda Júnior, André Ricardo Pessoa Sousa, Alexandre Pavan Garieri e Hugo Oliveira de Figueiredo Cavalcante. Eles indicam que o ex-presidente é portador de hérnia inguinal bilateral e que o reparo cirúrgico, embora classificado como eletivo, deve ocorrer o mais rápido possível.

Os médicos explicam que o soluço é provocado por contrações involuntárias do diafragma e dos músculos intercostais, seguidas do fechamento da glote. De acordo com o laudo, a persistência e a dificuldade de controle do sintoma podem indicar irritação estrutural ou funcional do arco reflexo responsável pelo soluço.

Ainda segundo a junta médica, a refratariedade do quadro aos tratamentos já adotados, aliada à piora do sono e da alimentação, aumenta o risco de complicações, especialmente em razão do aumento da pressão intra-abdominal provocado pelas hérnias. Por esse motivo, os peritos afirmam que a intervenção deve ser realizada com a maior brevidade possível.