Da Redação
A advogada Viviane Barci de Moraes inaugurou, em setembro deste ano, um novo escritório de advocacia em Brasília. A abertura ocorreu na mesma data em que ela foi incluída pelo governo dos Estados Unidos na lista de sanções da Lei Magnitsky. Viviane é casada com o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Batizada de Barci e Barci Sociedade de Advogados, a empresa foi instalada no Setor de Autarquias Sul, área central da capital federal conhecida pela proximidade com tribunais e órgãos estratégicos da administração pública, como o Banco Central. O endereço fica a poucos minutos de instituições como o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o Superior Tribunal Militar e o Instituto Nacional do Seguro Social.
O novo escritório também está relativamente próximo dos tribunais superiores. A cerca de dois quilômetros está o STF, onde Viviane já atuou em dezenas de processos, além da sede do Banco Central, localizada em outra direção. A existência da empresa foi inicialmente divulgada pelo jornal O Globo e posteriormente confirmada pelo Estadão.
O espaço funciona em um prédio comercial ocupado majoritariamente por advogados e consultores. Até o momento, não há identificação visual do escritório na porta da sala. No mesmo edifício, há outros escritórios jurídicos de destaque, incluindo o de Antônio Moraes Pitombo, criminalista conhecido em São Paulo. Salas semelhantes no local são anunciadas por valores entre R$ 4 mil e R$ 5 mil mensais, segundo anúncios imobiliários que destacam a localização como estratégica.
A Barci e Barci Sociedade de Advogados integra o conjunto de empresas ligadas à família Moraes. Viviane também é sócia do Barci de Moraes Sociedade de Advogados, que tem como integrantes o próprio ministro Alexandre de Moraes, a filha do casal, Giuliana, e o filho Alexandre Barci de Moraes, que atua na equipe jurídica. Outra organização vinculada à família é o Lex Instituto de Estudos Jurídicos, igualmente alvo de sanções impostas pelo governo norte-americano durante a gestão de Donald Trump.
As atividades empresariais da família passaram a receber maior atenção após a repercussão do caso envolvendo o Banco Master. A instituição financeira tem o escritório comandado por Viviane como seu representante em processos judiciais, no Congresso Nacional e junto à Receita Federal. De acordo com informações divulgadas por O Globo, o contrato firmado prevê o pagamento de R$ 3,6 milhões mensais entre 2024 e 2027, o que poderia totalizar R$ 129 milhões até o fim do período.
Diante das revelações, o senador Alessandro Vieira anunciou, nesta segunda-feira, 22, a intenção de recolher assinaturas para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. O objetivo é apurar tanto o contrato do banco com o escritório quanto informações divulgadas pela colunista Malu Gaspar, segundo as quais o ministro Alexandre de Moraes teria mantido contatos com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em favor do Banco Master.
Até a publicação desta matéria, Alexandre de Moraes e Gabriel Galípolo não haviam se pronunciado sobre o assunto.






