Da Redação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se posicionou nesta quinta-feira em defesa das filhas de Silvio Santos depois das declarações do cantor Zezé Di Camargo contra a atual direção do SBT. Ao comentar o episódio, Lula afirmou que os ataques foram ofensivos e classificou a postura do sertanejo como inaceitável, destacando que o alvo escolhido foram mulheres em cargos de comando.

Segundo o presidente, o tom usado pelo artista não seria o mesmo se a crítica fosse direcionada a executivos homens. Lula disse ter manifestado solidariedade às dirigentes da emissora diante do que chamou de um ataque desrespeitoso e injustificável.

A fala ocorre em meio ao rompimento entre Zezé Di Camargo e o SBT. Após a emissora cancelar a exibição do especial “Natal é Amor com Zezé Di Camargo”, integrantes da cúpula do canal passaram a tratar o cantor como persona non grata. Internamente, a orientação é de que ele não volte a ser convidado para atrações da casa.

A crise começou depois que Zezé publicou um vídeo nas redes sociais criticando o evento que reuniu Lula e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O cantor direcionou suas falas à atual gestão do SBT, hoje comandada pelas filhas de Silvio Santos, e afirmou que a emissora estaria se afastando dos princípios defendidos por seu fundador.

Em um dos trechos mais duros, o sertanejo afirmou que filhos que não honram os pais não merecem respeito e usou termos considerados ofensivos para se referir à condução da empresa. A repercussão foi imediata e gerou forte desconforto nos bastidores do canal.

Uma das executivas do SBT relatou indignação com a forma como a direção foi mencionada, especialmente pelo uso de expressões consideradas machistas. Segundo ela, Silvio Santos sempre manteve uma relação institucional com diferentes governos e autoridades, independentemente de posição ideológica.

Apesar de o evento também ter contado com a presença de nomes ligados à direita, como o governador Tarcísio de Freitas e o prefeito Ricardo Nunes, as críticas públicas de Zezé se concentraram exclusivamente em Lula e em Alexandre de Moraes, o que ampliou ainda mais a controvérsia.