Da Redação
A atuação dos senadores goianos teve papel de destaque na aprovação do Projeto da Dosimetria pelo Senado Federal, nesta quarta-feira, 17 de dezembro. A proposta, que altera critérios de aplicação de penas aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro e pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, foi aprovada por 48 votos a 25, com uma abstenção e seis ausências.
Representando Goiás, os senadores Wilder Morais, Jorge Kajuru e Vanderlan Cardoso votaram a favor do texto, alinhando o estado ao grupo majoritário que garantiu a aprovação da matéria no plenário.
No cenário nacional, o apoio mais consistente veio do PL, partido que orientou voto favorável de todos os seus 14 senadores. A proposta também recebeu respaldo de parlamentares do União Brasil, Republicanos, PSB, PSDB e Novo. Já PT e PDT votaram integralmente contra. Outras siglas, como PSD, MDB, PP e Podemos, apresentaram divisão interna, o que evidenciou o clima de tensão que antecedeu a votação.
Com o aval do Senado, o projeto segue agora para a mesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A expectativa no Congresso é de veto presidencial, hipótese que pode levar a um novo embate, já que deputados e senadores ainda podem analisar a derrubada dessa decisão.
Bastidores e controvérsia
A aprovação do texto só foi possível após uma reviravolta na Comissão de Constituição e Justiça. Um acordo político permitiu que a proposta avançasse ainda em 2025, movimento que gerou críticas ao líder do governo no Senado, Jaques Wagner.
O projeto enfrentava resistência por conter brechas que poderiam suavizar penas de outros crimes além dos atos de 8 de Janeiro. Para contornar o impasse, o relator Esperidião Amin acatou uma emenda apresentada por Sérgio Moro, limitando a redução de penas apenas aos envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes.
Apesar disso, a forma como a mudança foi feita provocou questionamentos. Parte dos senadores argumentou que a alteração modificou o conteúdo do projeto e, por isso, deveria ter sido analisada novamente pela Câmara dos Deputados. A base favorável, porém, sustentou que se tratava apenas de um ajuste de redação para resgatar o objetivo original da proposta.






