Da Redação
Goiânia foi palco, neste domingo (14), de uma manifestação que integrou um movimento nacional contrário à anistia dos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. O protesto também teve como foco a rejeição a propostas que, segundo os organizadores, representam riscos à democracia e aos direitos sociais.
A mobilização começou no meio da tarde, na Praça Universitária, e seguiu em caminhada até o Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual. Ao longo do trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram faixas em defesa da responsabilização dos envolvidos nos atos antidemocráticos.
O ato foi articulado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e reuniu representantes de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, entidades da sociedade civil, integrantes do setor cultural e parlamentares. Durante o percurso, lideranças políticas fizeram discursos com críticas diretas ao Congresso Nacional e às propostas em debate no Legislativo.
O vereador Fabrício Rosa (PT) afirmou que a mobilização vai além de um evento isolado e que a intenção é manter a pressão popular nas ruas. Segundo ele, os protestos fazem parte de um processo contínuo de defesa da democracia e de enfrentamento a iniciativas que, na avaliação dos movimentos, beneficiam os responsáveis pelos ataques de janeiro de 2023.
Fabrício também condenou projetos que, segundo sua leitura, atingem principalmente a população mais vulnerável. Ele criticou o que chamou de tentativas de flexibilizar punições por meio de mudanças legais e rechaçou propostas que afetem o serviço público ou direitos de grupos historicamente marginalizados, como povos indígenas, quilombolas, mulheres, população negra e a comunidade LGBTQIA+.
A vereadora Kátia Maria (PT) reforçou o discurso em defesa da punição aos envolvidos nos atos de vandalismo e afirmou que não é possível aceitar medidas que fragilizem a democracia. Para ela, os responsáveis pelos ataques precisam responder judicialmente pelas consequências de seus atos.
Durante sua fala, Kátia também comentou a relação entre o governo federal e o Congresso Nacional. Segundo a parlamentar, mesmo diante de dificuldades políticas, o Executivo tem avançado na retomada e ampliação de políticas públicas, citando programas como Minha Casa, Minha Vida, Farmácia Popular e propostas de isenção do Imposto de Renda.
A manifestação em Goiânia ocorreu de forma simultânea a atos registrados em ao menos 49 cidades brasileiras, incluindo capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre. As mobilizações foram convocadas em resposta à tramitação de projetos no Congresso relacionados aos desdobramentos dos ataques de 8 de janeiro.
Os protestos acontecem poucos dias após a Câmara dos Deputados aprovar o chamado Projeto de Lei da Dosimetria. Embora apresentado por seus defensores como alternativa à anistia, o texto é visto pelos organizadores das manifestações como uma brecha para reduzir penas aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal aos condenados por crimes ligados à tentativa de golpe de Estado.






