Da Redação

A elevação do salário mínimo para R$ 1.621, anunciada pelo Ministério do Planejamento e Orçamento e válida a partir de janeiro de 2026, terá impacto direto no bolso dos Microempreendedores Individuais. Com a atualização, o valor da guia mensal do DAS-MEI também será reajustado e começará a ser cobrado nos boletos com vencimento em 20 de fevereiro.

O aumento afeta principalmente a contribuição previdenciária, que corresponde a 5% do novo salário mínimo. O valor passará de R$ 75,90 para R$ 81,05. Sobre esse montante incidem os acréscimos referentes ao tipo de atividade: R$ 1 para quem paga ICMS, R$ 5 para ISS ou R$ 6 para quem atua nas duas áreas. Assim, os boletos de 2026 ficarão entre R$ 82,05 e R$ 87,05 para os MEIs tradicionais.

No caso do MEI Caminhoneiro, cuja alíquota previdenciária é maior, de 12%, a contribuição sobe para R$ 194,52, resultando em valores totais entre R$ 202,42 e R$ 207,42 após a inclusão dos impostos adicionais.

Mesmo com o reajuste, o modelo do MEI continua baseado em recolhimento fixo mensal e só muda se o faturamento ultrapassar o limite atual de R$ 81 mil por ano. O Sebrae reforça que, enquanto o teto não for alterado, o regime permanece com as mesmas regras.

Para a presidente do CRC-GO, Sucena Hummel, o momento exige mais atenção dos microempreendedores. Ela alerta que cada MEI precisa checar corretamente os acréscimos da sua categoria para evitar erros no pagamento. Segundo ela, manter as contribuições em dia continua sendo fundamental para garantir direitos como aposentadoria, salário-maternidade e auxílio-doença.

Em Goiás, onde existem mais de 500 mil microempreendedores formalizados — sendo quase 144 mil apenas na capital — as mudanças terão impacto significativo. Com o DAS representando a única obrigação financeira fixa do MEI, o reajuste exige organização para evitar atrasos, especialmente entre empreendedores com fluxo de caixa mais apertado.

Especialistas avaliam que, apesar do aumento, o regime do MEI segue vantajoso, oferecendo formalização simplificada e custos relativamente baixos. Ainda assim, recomendam planejamento financeiro e orientação profissional para evitar problemas com inadimplência ou desenquadramentos.

Como o reajuste acompanha o salário mínimo e é aplicado automaticamente todos os anos, entidades como o Sebrae e o CRC-GO reforçam que é essencial que os MEIs se preparem antecipadamente para não comprometer a regularidade e preservar seus benefícios previdenciários ao longo de 2026.