BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que vai convocar uma reunião entre os Poderes para tratar de violência contra a mulher. Nas últimas semanas, o país registrou uma série de feminicídios.

“Eu vou fazer dessa luta a minha luta. Não vou deixar de cuidar do que eu tenho que fazer, porque eu fui eleito para governar esse país. Fui eleito para governar e vou governar”, afirmou.

“Eu vou convocar uma reunião com os Poderes da República. É importante envolver o Congresso Nacional, Senado e Câmara, a Suprema Corte, o Superior Tribunal de Justiça, os tribunais de Justiça dos estados, os sindicalistas, os evangélicos. É preciso todo mundo para a gente fazer um mutirão educacional para esse país.”

“Um mutirão educacional para que o homem, quando ele tiver vontade de bater uma mulher, ele pegue o seu sapato e bata na sua [própria] cabeça. Não se vingar da mulher”, acrescentou.As falas de Lula foram feitas durante a 14ª Conferência de Assistência Social, e a menção direta ao Congresso Nacional ocorre em um momento de estremecimento na relação do governo com o Legislativo.

Em seu discurso, Lula citou casos recentes de agressões e assassinato de mulheres e disse ter conversado com a primeira-dama, Janja, sobre o tema. O presidente contou que, no domingo (30), Janja estava chorando por causa do episódio em que uma mulher foi atropelada e arrastada em São Paulo.

Ainda ao tratar da violência contra a mulher, Lula citou a tentativa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de retirar a tornozeleira eletrônica, que usava em cumprimento de pena pelos crimes cometidos contra o Estado.

“Muitas vezes as mulheres não fazem a denúncia porque têm medo. Têm medo de que a vingança seja maior. ‘Ah, vai colocar a tornozeleira, o cara não pode se aproximar de casa’, mas quem tá dentro de casa sozinha é a mulher. E o safado aparece. E quando ele aparece, aparece mais nervoso. Olha, se até um presidente da República que tentou dar um golpe nesse país tentou tirar a dele, imagine…”