RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O gerente de Gestão Integrada da Transição Energética da Petrobras, Carlos Alberto Marçal, afirmou nesta segunda-feira (8) que a estatal se planeja para participar do leilão de armazenamento de energia previsto pelo governo para 2026.
A empresa vê a concorrência como uma oportunidade para estrear no mercado de baterias, como parte de sua estratégia de transição energética. “A gente já vinha pensando em entrar nesse segmento de armazenamento [de energia]. O leilão de reserva de capacidade é a melhor forma”, afirmou o executivo.
A possibilidade de estrear no segmento de armazenamento foi incluída às pressas no plano de investimentos da empresa para os próximos cinco anos, pois o governo anunciou o primeiro leilão duas semanas antes do anúncio do plano, que prevê US$ 109 bilhões em investimentos no período.
É parte da lista de projetos em avaliação do plano aqueles que ainda dependem de condições para saírem do papel. Neste caso, depende da realização do leilão e de eventual vitória da estatal na concorrência.
Os investimentos previstos pela estatal na transição energética são hoje focados no que a companhia chama de bioprodutos: biocombustíveis e derivados de petróleo feitos com alguma parcela de óleos vegetais.
A estatal já vende combustível de navegação com 24% de biodiesel e diesel automotivo com 5% a 10% de óleo vegetal. Na semana passada, vendeu sua primeira carga de combustível sustentável de aviação, com 1,2% de conteúdo renovável.
Em 2026, a empresa pretende anunciar parcerias na produção de etanol, que também pode ser usado para a produção de combustível sustentável de aviação, e no mercado de biometano, que será misturado obrigatoriamente no gás natural.
Pretende também investir em energia solar e eólica, mas voltado para projetos de consumo próprio, já que a avaliação é que a sobra de energia no mercado inviabiliza investimentos de grande porte. A companhia deduziu de 4 GW (gigawatts) para 1,2 GW a meta de capacidade instalada em solar e eólica.
Marçal explicou que o cronograma de projetos da companhia segue a maturidade regulatória de cada segmento, por isso biocombustíveis largaram na frente. Em 2028, a empresa espera ter seu primeiro projeto de bateria em operação, além de inaugurar um projeto piloto de captura de carbono.
Para 2029 a expectativa é ter a primeira planta de hidrogênio verde na Refinaria de Paulínia (SP), a maior do país. Projetos de eólica offshore foram retirados do radar, já que ainda não há regulamentação sobre esse segmento no país.



