SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Na manhã de domingo, 13 obras de arte foram roubadas da Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo. Oito gravuras de Henri Matisse feitas para o livro “Jazz” e cinco ilustrações de Candido Portinari, da série “Menino de Engenho”, do livro de José Lins do Rego, de 1932, foram levadas pelos criminosos, que renderam os seguranças e fugiram com as peças.
As obras eram do Museu de Arte Moderna de São Paulo, o MAM, e estavam expostas para a mostra “Do Livro ao Museu”, em parceria com a biblioteca. O MAM está com a sua sede no parque Ibiraquera fechada para reformas.
A PM investiga o caso, que não é isolado. A própria Biblioteca Mário de Andrade já foi alvo de outro roubo há 17 anos, em 2008, quando 12 gravuras raras do século 19 foram levadas. Elas faziam parte do livro “Souvenirs de Rio de Janeiro”, de Johann Jacob Steinmann, com ilustrações de paisagens cariocas.
As peças foram recuperadas pela Polícia Federal apenas no ano passado, em parceria com a polícia de Londres. As obras estavam com um colecionador brasileiro e teriam sido compradas legalmente em uma casa de leilões na capital inglesa.
RELEMBRE OUTROS CASOS DE ROUBO DE ARTE NO BRASIL:
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PORTINARI E PICASSO NO MASP
Em dezembro de 2007, duas pinturas foram roubadas no Masp, “O lavrador de Café”, de Cândido Portinari, e “Retrato de Suzanne Bloch”, de Pablo Picasso. O museu foi invadido e não possuia alarme nas portas arrombadas.
As duas obras foram recuperadas em janeiro de 2010, em Ferraz de Vasconcelos. Quatro pessoas foram presas.
ROUBO AO MUSEU CHÁCARA DO CÉU
Em 24 de fevereiro de 2006, durante o Carnaval, quatro homens armados invadiram o Museu da Chácara do Céu, em Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Foram roubadas as pinturas “A Dança”, de Pablo Picasso, “Marinha”, de Claude Monet, “O Jardim de Luxemburgo”, de Henri Matisse e “Os Dois Balcões”, de Salvador Dalí. Na época, as obras foram avaliadas em US$ 50 milhões, algo em torno de R$ 270 milhões.
Parte de “A Dança” foi encontrada queimada no Morro dos Prazeres, e “O Jardim de Luxemburgo” apareceu em um site de leilões europeu da Bielorrúsia, com lance mínimo de US$ 13 milhões, algo em torno de R$ 70,2 milhões. Nenhuma das obras foi recuperada. As pinturas de Dalí e Matisse já tinham sido roubadas no mesmo museu em 1989, e recuperadas meses depois.
OBRAS DA ESTAÇÃO PINACOTECA
Em 2008, a Estação Pinacoteca, uma extensão da Pinacoteca de São Paulo, foi saqueada por três homens armados. Foram levadas “Mulheres na Janela” , de Emiliano Di Cavalcanti, duas gravuras de Pablo Picasso, “O Pintor e seu Modelo” e “Minotauro, Bebedor e Mulheres”, também do espanhol, e um guache de Lasar Segall, “Casal”. Todas as obras foram recuperadas.
TESOURO NO MUSEU DO IPIRANGA
Em agosto de 2007, foi descoberto um roubo de cerca de 900 cédulas e moedas do Museu do Ipiranga. As peças faziam parte de coleções como a da história do dinheiro nacional e de Notgeld, que reúne notas e moedas alemãs e austríacas emitidas em períodos de guerra. Um mês depois, 106 peças foram devolvidas à polícia por antiquários que compraram sem saber que eram roubadas.



