Da Redação
Desde que deixou a cela e passou a cumprir prisão domiciliar no começo de agosto, após desrespeitar medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal, Jair Bolsonaro tem sido alvo de uma enxurrada de pedidos de habeas corpus apresentados por advogados de diversas partes do país. Já são dez solicitações registradas nas últimas semanas. Nenhum desses pedidos parte da defesa oficial do ex-presidente, mas todos insistem na tese de que ele estaria sofrendo algum tipo de injustiça.
O caso mais recente, divulgado pela coluna de Ancelmo Gois, do jornal O Globo, chama atenção por recorrer até mesmo à aparência física do ex-presidente. O documento descreve Bolsonaro como um “homem debilitado”, tentando usar isso como justificativa humanitária para solicitar sua libertação.
Entre os autores dos pedidos, está Guilherme Colombo, advogado, filiado ao PL e marido da deputada Júlia Zanatta. Ele, que é pré-candidato a deputado estadual em Santa Catarina, afirma que Bolsonaro está submetido a “constrangimento ilegal”. O casal recentemente esteve envolvido em polêmica relacionada à Galinha Pintadinha.
Outro ponto levantado nos bastidores jurídicos é a expectativa de advogados próximos a réus do 8 de janeiro. Eles afirmam que Bolsonaro não suportaria permanecer muito tempo na Papuda caso tivesse de voltar ao presídio. Segundo essa ala, um eventual agravamento de saúde poderia obrigar o ministro Alexandre de Moraes a determinar novamente o regime domiciliar.
A discussão também ganhou peso com declarações da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP). Ela afirmou que o Complexo Penitenciário da Papuda não teria condições estruturais de atender adequadamente Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. De acordo com Celina, o ex-presidente necessitaria de cuidados e de uma dieta específica que o sistema penitenciário não teria como fornecer.
Enquanto isso, os pedidos de habeas corpus continuam se acumulando, embora nenhum tenha sido acolhido até agora.






