SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O mascote costuma ser um símbolo carismático que ajudam os times a criarem identificação com o público e o basquete está cheio de mascotes populares.
Na NBA, alguns mascotes se tornam atração à parte, como o Benny, o touro que simboliza o Chicago Bulls e viraliza com suas performances nos jogos. No NBB, não é diferente e um dos mascotes mais conhecidos é o Spooky, o alienígena do Brasília.
Por dentro do mascote, existe um artista que comanda o show e o responsável pelo Spooky é o Jefferson Barbosa, mais conhecido como Jeff.
Ele entrou no Brasília como mascote de um dos patrocinadores e depois, recebeu o convite para fazer o Spooky e como ele disse, melhorando a cada dia.
“Eu entrei como sendo um dos mascotes relacionado a um patrocínio e já tinha um outro mascote oficial e com a saída dele, o responsável acabou me fazendo esse convite, depois que ele viu meu trabalho. E acabou que eu fui entendendo, me aperfeiçoando, tentando ser criativo para começar a ter esse desenvolvimento que eu creio que está sendo proporcionado por agora”, contou.
Segundo Jeff, o maior desafio desse trabalho é o do público entender a interação, já que ela é feita exclusivamente por gestos.
“O maior desafio, eu creio que seja tirar um carisma, uma zoeira de alguém, fazer que a pessoa entenda aquilo que eu estou querendo dizer ou querer fazer. Às vezes a pessoa não entende, mas eu não desisto, eu fico insistindo até a pessoa entender, porque eu botei nas minhas próprias decisões que o mascote não fala. Então, tudo é sobre gestos, fazer a pessoa compreender, através do meu gesto, o que eu quero que ela faça e entenda. Então, esse é um desafio muito grande, às vezes, que acaba tendo tanto com a criança, com o adulto, com a pessoa mais velha, entende e outras também não entendem. Mas é aquela, eu insisto e a maioria das vezes dá certo”
Ele revelou ter um pouco de dificuldade de contar sobre um momento engraçado porque existem vários e então, o “Spooky” destacou quando ele brinca com as crianças e com os responsáveis pela limpeza da quadra.
“Os momentos sempre mais engraçados são quando eu viro as crianças de cabeça pra baixo, elas curtem. Quando eu corro atrás de alguém, ou quando eu estou com o rodo, eu peguei essa mania de tomar o rodo dos rapazes que cuidam da limpeza da quadra durante a partida”.
Embora ele esteja lá durante toda a partida, Jeff diz que não consegue acompanhar bem os jogos, já que a prioridade é a interação com o público.
“Eu tento (ver o jogo), mas não dá, porque querendo ou não, eu tenho que meio que dar atenção para o público, mas às vezes, como eu estou ali no meio, perto da quadra, aí dá para dar uma olhada, reparar numa cesta. Quando eu estou dando atenção para o público e eu vejo o povo gritando, já tento imediatamente acompanhar o grito ou a zoação sobre a cesta que o Brasília fez, ou sobre o três prontos que eles acabaram fazendo, porque a minha atenção realmente deve ser mais para o público, mas aí dá para dar aquelas esquivadas e acertar um pouquinho de ver um lance ou dois, e sempre tento ficar no final, porque quando é a vitória do Brasília, o pessoal vai a loucura, então o mascote tem que estar ali também”, explicou.
Ele não deixa de interagir com os jogadores, mas admite que não é do mesmo jeito que é feito com os torcedores, levando em conta a preparação e a concentração dos atletas.
“As interações e brincadeiras com os jogadores existem, mas é mais quando eu estou com a roupa mesmo, porque sem, antes, algumas horas antes dos jogos começarem, eles estão concentrados. Eles usam o fone para ficarem focados, treinando, fazendo cesta atrás de cesta. Depois sobem e vão para o vestiário direto, conversar com o técnico, planejar uma forma boa da equipe conseguir a vitória ali nesta segunda-feira (08). Então, meio que eu fico um pouco na minha, mas quando eu vejo eles, eu cumprimento e eles me recepcionam muito bem”
“Eu mesmo evito de ficar no pé deles, como se o torcedor tivesse a oportunidade, com certeza ele iria querer saber mais coisa pessoal, ou até mesmo da vida profissional. São coisas que eu tenho vontade, mas eu consigo me controlar assim pelo fato de pensar no lado do jogador”, completou.



