BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A segunda fase do CNU realizada neste domingo (7) em 228 cidades, teve índice de abstenção de 20%. Segundo a ministra Esther Dweck, de Gestão e Inovação, 8.508 pessoas não compareceram à prova. Ao todo, 42 mil inscritos haviam passado para a segunda etapa.
O Acre teve o maior índice de abstenção (27%) neste domingo, e o menor foi registrado no Distrito Federal (15%).
Na primeira fase, que foi realizada em outubro com a aplicação da prova objetiva, a abstenção foi de 42,8%.
“Essa previsão está dentro do esperado para um concurso com duas provas, mas fica muito abaixo das ausências da primeira fase. Isso reforça a consolidação de um modelo de concurso”, afirmou Esther.
Na edição de 2024, mais da metade dos inscritos não compareceu (54,12%). Na ocasião, as duas provas foram aplicadas no mesmo dia.
Ao todo, 57,12% dos convocados para a segunda fase do CNU 2025 foram mulheres, enquanto os homens foram 43,86%. Esta edição trouxe uma ação afirmativa para ampliar a equidade de gênero entre os aprovados, já que, no primeiro CNU, mulheres foram a minoria.
A partir da próxima semana, começam os procedimentos de verificação de deficiência e para cotistas em vagas de negros, indígenas e quilombolas. A divulgação da nota preliminar da prova discursiva e do espelho de correção da prova está prevista para o dia 23 de janeiro. A primeira lista de classificação será divulgada em 20 de fevereiro.
Depois de três chamadas para confirmação de interesse, será iniciada, em 16 de março, a convocação para curso de formação ou para tomar posse nos cargos.
A ministra disse que não houve ocorrências nesta fase, o que, segundo ela, é fruto de planejamento em conjunto com a Polícia Fedral, a Polícia Rodoviária Federal e a Secretaria Nacional de Segurança Pública.
Segundo Dweck, 160 mil servidores deixaram a administração pública federal entre 2016 e 2024. De 2023 a 2026, haverá a entrada de 22 mil pessoas no serviço público, sendo metade pelo CNU.
“Toda vez que alguém me pergunta qual era a área com mais carência, é difícil dizer.”
De acordo com a ministra, o número de convocados pode ser maior, a depender do orçamento aprovado. Em 2026, não haverá nova edição do CNU, devido às eleições.
A ministra afirmou que o modelo ideal seria ter entrada de pouca gente todo ano, como ocorre no caso dos diplomatas do Itamaraty.
“É [um modelo] muito bom para a administração pública. Está sempre entrando gente nova, não tem descontinuidade. O grande problema nesses concursos de dez em dez anos é que você tem gerações de pessoas. Aí quando se aposenta, aposenta uma geração inteira e você perde uma memória institucional gigantesca.”
A ministra afirmou ainda que as ações afirmativas de gênero também tiveram resultado em elevar a convocação de mulheres na segunda fase.
Um exemplo citado foi do cargo de Analista Técnico de Justiça e Defesa, do Bloco 7. As mulheres foram minoria entre os classificados para a segunda fase nesse cargo: 888 foram convocadas, enquanto os homens foram 1.490 homens. Com a política, 731 candidatas adicionais foram incluídas.
“O CNU não é simplesmente um concurso. É uma política pública de inclusão, de construir o Estado brasileiro com a cara da nossa população, porque é isso que faz o Estado ser mais atento às necessidades da população, aumentando a diversidade regional, de gênero e de raça”, afirmou a ministra.
A segunda etapa do certame teve alterações no esquema de segurança após fraudes envolvendo a edição de 2024 e investigação de vazamento de questões do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deste ano, que foram anuladas.



