BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Um grupo de soldados do Benin, no oeste da África, anunciou na rede de televisão nacional que havia tomado o poder neste domingo (7).
Logo em seguida, o ministro do Interior, Alassane Seidou, afirmou em pronunciamento também pela TV que “um pequeno grupo de soldados lançou um motim com o objetivo de desestabilizar o país e suas instituições”, e que a situação estava sob controle.
Pelo menos oito soldados apareceram na transmissão da televisão estatal para anunciar que um comitê militar liderado pelo coronel Tigri Pascal havia assumido o poder e estava dissolvendo as instituições nacionais, suspendendo a Constituição e fechando as fronteiras aéreas, terrestres e marítimas.
“O Exército se compromete solenemente a dar ao povo beninês a esperança de uma era verdadeiramente nova, em que fraternidade, justiça e trabalho prevalecem”, disse o grupo, em uma declaração lida por um dos soldados.
Tiros puderam ser ouvidos em vários bairros de Cotonou, a maior cidade e centro econômico do país. A embaixada da França, antigo poder colonial no país africano, disse em perfil no Facebook que tiros foram relatados perto da residência do presidente Patrice Talon em Cotonou e pediu aos cidadãos que permanecessem em casa.
A tentativa de golpe ocorre enquanto o Benin se prepara para uma eleição presidencial, em abril, que marcaria o fim do mandato de Talon, no poder desde 2016.
A coalizão governista havia nomeado o ministro das Finanças Romuald Wadagni como seu candidato, posicionando um homem visto como arquiteto das políticas econômicas do país para continuar a atual agenda de reformas da gestão.
A decisão de Talon de se afastar após dois mandatos é movimento raro movimento na região, onde as normas democráticas estão há anos sob pressão, com poucas exceções de países que mantêm regularidade eleitoral e institucional –a ação no Benin ocorre após um golpe na Guiné-Bissau no mês passado que marcou o nono do tipo na África Ocidental e Central desde 2020.
O Ministro das Relações Exteriores, Olushegun Adjadi Bakari, afirmou à agência Reuters antes do pronunciamento do ministro do Interior que “um pequeno grupo” de soldados havia tentado derrubar o governo, mas que forças leais a Talon trabalhavam para restaurar a ordem.
“Há uma tentativa, mas a situação está sob controle. Uma grande parte do Exército ainda é leal e estamos assumindo o controle da situação”, disse Bakari.
Ele afirmou que os soldados que tentaram o golpe só obtiveram controle da TV estatal, cujo sinal foi cortado mais tarde na manhã de domingo.



