SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O grupo Hamas (Movimento da Resistência Islâmica) afirmou neste sábado (06) que aceita entregar as armas que tem a uma autoridade palestina soberana após a retirada israelense de Gaza, enquanto o Catar alertou que as negociações para consolidar a trégua seguem em um ponto crítico e sem garantia de cessar-fogo definitivo.
Hamas condiciona entrega de armas ao fim da ocupação israelense. O negociador Khalil al Hayya afirmou que o arsenal do grupo está ligado à presença militar de Israel no território. Segundo a assessoria, a referência é a um Estado palestino soberano. O Hamas disse ainda aceitar o envio de forças da ONU (Organização das Nações Unidas) para vigiar fronteiras e monitorar o cessar-fogo, mas rejeitou qualquer missão internacional com mandato para desarmá-lo.
Primeiro-ministro do Catar diz que trégua está em fase crítica. O sheikh Mohammed bin Abdulrahman al-Thani disse que mediadores tentam avançar para a próxima fase do cessar-fogo, ainda considerado apenas uma pausa, sem retirada israelense nem estabilidade no território. A declaração ocorreu durante o Fórum de Doha.
Negociações sobre força de segurança internacional proposta avançam lentamente. Prosseguem as conversas sobre o plano dos Estados Unidos para encerrar a guerra, incluindo a criação de um governo palestino interino em Gaza e uma força de segurança internacional. Um acordo sobre a composição e o mandato dessa força segue indefinido. Uma delegação israelense esteve no Cairo para discutir o retorno do último refém mantido pelo Hamas, etapa do plano americano.
Desde o início da trégua, o Hamas devolveu 20 reféns vivos e 27 corpos, enquanto Israel libertou cerca de 2.000 palestinos detidos ou condenados. Israel afirmou que abrirá a passagem de Rafah para saída ao Egito e permitirá entrada no enclave quando o último refém morto for devolvido.
Violência diminuiu, mas não acabou. Autoridades palestinas informaram que sete pessoas morreram hoje em Beit Lahiya, Jabalia e Zeitoun, incluindo uma mulher de 70 anos atingida por um drone. O Exército israelense afirmou que as tropas, posicionadas atrás da linha amarela do cessar-fogo, mataram três militantes que teriam cruzado a linha, mas disse não ter registro de ataque por drone.



