SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Corinthians só encerrará o próximo ano com resultado financeiro positivo se cumprir a meta de venda de atletas prevista no orçamento finalizado pela diretoria do clube.
O documento, ao qual a reportagem teve acesso, projeta lucro líquido de R$ 12 milhões ao fim de 2026. Mas tal cenário depende diretamente da arrecadação de ao menos R$ 151 milhões com transferência de jogadores.
Sem a negociação de atletas, o próprio orçamento indica que o clube voltaria ao vermelho, mesmo com cortes significativos de despesas já planejados para a próxima temporada.
VENDA DE JOGADORES SUSTENTA O CAIXA
O orçamento prevê um EBITDA (geração operacional de caixa) de R$ 320 milhões em 2026.
Deste total, R$ 151 milhões estão atrelados exclusivamente à venda de jogadores.
Sem essa receita, o EBITDA cairia para R$ 169 milhões, volume considerado insuficiente para sustentar o fluxo operacional, o pagamento de juros e a tentativa de redução da dívida do clube.
Internamente, o cenário é de alerta, pois o Corinthians encerra o ano de 2025 sob transfer ban, o que limita não apenas contratações, mas também a valorização de ativos esportivos no curto prazo.
CORTES DE GASTOS
A diretoria prevê um ajuste relevante nas despesas, mesmo com a forte dependência do mercado de transferências.
O orçamento aponta redução de 15% nos custos totais e corte de 19% nos gastos com pessoal em relação a 2025.
Ainda assim, o enxugamento não é suficiente por si só para garantir equilíbrio financeiro, conforme aponta o documento.
A despesa financeira líquida segue elevada, estimada em R$ 219 milhões para 2026, reflexo do alto endividamento acumulado ao longo dos últimos anos.
SUPERÁVIT É PEQUENO DIANTE DA DÍVIDA
O lucro líquido projetado de R$ 12 milhões em 2026 contrasta com um cenário de resultados negativos recentes do Corinthians. O clube prevê fechar 2025 com déficit histórico de R$ 272 milhões, após já ter encerrado 2024 com prejuízo de R$ 182 milhões.
Na prática, o superávit esperado para 2026 representa mais um ponto de estabilidade simbólica do que uma reversão efetiva da crise financeira, já que a dívida bruta do clube supera R$ 2,5 bilhões.



