Da Redação

O júri popular que julgaria o homem acusado de matar sua namorada de 23 anos e gravar o crime teve de ser suspenso nesta quinta-feira (4), na cidade de Fórum Municipal de Jataí. A interrupção ocorreu depois que a defesa alegou que manifestações da plateia durante a sessão comprometeram a imparcialidade dos jurados. Segundo os advogados, esse tipo de pressão direta aos jurados torna o julgamento insustentável. 

Durante a oitiva de uma testemunha, a advogada da defesa, Mirelle Gonsalez Maciel, afirmou que “houve manifestação da plateia que contaminou os jurados”, o que, na visão da defesa, violou o princípio de sigilo do voto e da serenidade necessária em um júri. 

Mesmo com o pedido de dissolução do conselho de sentença, o juiz rejeitou a solicitação. Diante da negativa, os advogados decidiram deixar o plenário — decisão que resultou no cancelamento imediato da sessão. Eles informaram que vão requerer o julgamento em outra comarca, para garantir “todas as garantias constitucionais”. 

O processo corre sob segredo de justiça, conforme informou o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). Apesar da suspensão, a comarca de Jataí confirmou o adiamento do júri, mas não divulgou nova data para a retomada. 

O caso envolve a morte de Ielly Gabriele Alves, de 23 anos — assassinada em 4 de novembro de 2023. As circunstâncias chocaram a comunidade: a vítima registrou em vídeo o momento em que foi morta a tiros pelo namorado, Diego Fonseca Borges, de 27 anos. Inicialmente, ele tentou alegar que dois homens em uma moto haviam atirado contra eles, mas a gravação gravada pela própria vítima desmontou essa versão.