SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Kauê do Amaral Coelho, apontado como olheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital) durante o ataque que matou o delator Antônio Vinícius Gritzbach, recebeu dinheiro de empresas investigadas por lavar dinheiro do crime organizado, de acordo com a polícia.
Essas empresas foram alvos de operação do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) nesta quinta-feira (4).
Duas delas fizeram depósitos a um homem que, depois, repassou valores para o olheiro, disse Ronaldo Sayeg, delegado diretor do Deic.
Kauê não era alvo da operação. Ele tem mandado de prisão em aberto pela participação na morte de Gritzbach.
“Para a gente, reforçou que, sim, o crime organizado, e mais especificamente o PCC, estava por trás dessas empresas, ou melhor, utilizava essas empresas para lavar os seus capitais”, afirmou.
A Polícia Civil de São Paulo fez operação nesta quinta contra quadrilha investigada por lavar dinheiro do PCC. Foram cumpridos seis mandados de prisão e 48 de busca e apreensão.
Nenhum dos seis alvos de prisão foram encontrados.
Cem policiais do Deic participaram da Operação Falso Mercúrio na capital paulista e na Grande São Paulo.
Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), a Justiça determinou o bloqueio de 49 imóveis, três embarcações e 257 veículos que estão registrados em nome dos suspeitos.
Ao menos 20 pessoas físicas e 37 jurídicas tiveram as contas bloqueadas por ordem judicial.
Investigações realizadas pela 3ª Delegacia de Investigações Gerais apontam a montagem de uma estrutura de lavagem de dinheiro de crimes como tráfico de drogas, estelionato e jogos de azar.
A rede, de acordo com a polícia, atuava em três núcleos: coletores, responsáveis por arrecadar o dinheiro; intermediários, encarregados de movimentar e ocultar os recursos; e beneficiários finais, que recebiam o dinheiro já lavado.



