WASHINGTON, EUA (UOL/FOLHAPRESS) – A Fifa caminha para aumentar a repressão a cera por contusões simuladas e ampliar ainda mais a atuação do VAR no jogo. Há possibilidade de algumas novidades serem implantadas já para a Copa do Mundo de 2026, nos EUA, Canadá e México.

Quem indicou os próximos movimentos da Fifa foi o chefe de arbitragem Pierluigi Colina, em evento prévio ao sorteio do Mundial.

Em relação ao VAR, o próximo passo é a utilização da tecnologia para revisar segundos amarelos, que resultem em expulsão. Isso já foi testado e será levado para votação na IAFB, instituição que regula as regras do futebol. A reunião será em março, portanto, a tempo de implementar a medida para a Copa se aprovada.

“A discussão foi proposta na IAFB. Está na mesa estender para interferir. Precisa considerar que implementamos VAR em 2016. Em nove anos, muitas coisas mudaram. Precisamos pensar no futuro se podemos fazer algo de forma diferente no futuro”, disse.

Outro item que será votado é a câmera corporal para árbitros, que foi utilizada no Mundial de Clubes.

Colina ainda defende que seja utilizado o VAR para lances de escanteio, isto é, para determinar se de fato houve toque do defensor ou foi tiro de meta. Esse item ainda está mais embrionário, e não será usado na Copa.

“Seria uma pena se uma competição for decidida pelos jogadores, mas por um erro honesto do árbitro. Foi o que nos convenceu sobre tecnologia”, contou Colina, que, no entanto, entende que não pode haver atrasos nos jogos.

A Fifa também está atenta na questão de ceras por simulações de lesões. Foi feito um teste na Copa Árabe com a retirada de jogadores caídos por dois minutos no caso de atendimento médico. Colina disse que houve zero intervenções médicas em oito partidas com a implementação da regra.

“Não é só questão de perda de tempo e sim de perda de ritmo. Assim podem ser tratados por mais tempo pelos médicos. Quando os médicos entram, eles ficam 2min fora do campo. Oito jogos jogados e tivermos zero interferência dos médicos”, analisou, deixando claro que pretende apoiar a proposta no futuro.

A questão é em relação aos goleiros. A Fifa ainda analisa o que fazer em relação a paralisações por contusões de goleiros, que tem aumentado. O chefe de arbitragem ironizou dizendo que não acha que os goleiros passaram a se contundir mais do que no passado.

Outro ponto que atinge os goleiros é a questão de segurarem as bolas nas mãos por mais tempo. Colina entende que a regra de oito segundos, que gera escanteio, ainda é pouco aplicada. É de se esperar que na Copa os árbitros sejam rigorosos.

“Temos a possiblidade de limpar o jogo de coisas diferentes. Goleiros estão ficando nas mãos mais do cinco segundos. Porque sabiam que os árbitros não iam interferir. Algumas ligas chegava a 25 segundos. Não é entretenimento ter essa posição da bola. Decidimos dar dois segundos menos. Quando tiver 8 segundos, o árbitro vai interferir”, completou.