SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em audiência de custódia realizada na segunda-feira (1º), Douglas Alves da Silva afirmou ter sido agredido pelos policiais civis que fizeram sua prisão em um quarto de hotel da zona leste de São Paulo, na noite de domingo (30). Um vídeo registro o momento em que ele faz a reclamação.
Ele é suspeito de atropelar e arrastar Tainara Souza Santos, 31, na manhã de sábado (29), no Parque Novo Mundo, na zona norte de São Paulo. Ele a atingiu com um Golf preto em uma avenida que dá acesso à marginal Tietê e continuou dirigindo mesmo com o corpo dela preso ao veículo. A vítima está em estado grave.
Ao juiz, Silva afirmou ainda que não tentou fugir, o oposto do que diz o registro policial. Segundo o boletim de ocorrência, Douglas reagiu à prisão e tentou tomar a arma de um policial, por isso, foi baleado no braço. Na sequência, foi encaminhado para o hospital e, por fim, levado para a delegacia. A Folha de S.Paulo teve acesso ao documento.
O advogado do suspeito, Marcos Tavares Leal, alega que ele estava dormindo no momento que a polícia entrou no quarto do hotel e o agrediu. Na audiência de custódia, Leal disse que Douglas ainda estava com a ferida do tiro aberta, além de vários machucados. Por isso, pediu ao juiz que ele tivesse atendimento médico e também fizesse o exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal), o que foi prontamente atendido pelo juiz.
A promotora de Justiça que estava presente na audiência chegou a perguntar ao suspeito se ele conseguiria reconhecer os policiais que o teriam agredido, e ele disse que sim.
Em um ofício, o juiz do caso acionou a Corregedoria para que seja apurada a conduta da prisão de Douglas.
Em nota, a Polícia Civil diz que a abordagem cumpriu “todos os requisitos necessários e foi realizada dentro dos parâmetros de legalidade”.
A corporação afirma que Douglas foi autuado em flagrante por resistência e desobediência e levado à delegacia para os procedimentos de polícia judiciária após receber atendimento médico. Ao passar por audiência de custódia, permaneceu preso por decisão da Justiça.
O CASO
Douglas atropelou Tainara na manhã de sábado (29) no Parque Novo Mundo, na zona norte de São Paulo. Ele a atingiu com um Golf preto em uma avenida que dá acesso à marginal Tietê e continuou dirigindo mesmo com o corpo dela preso ao veículo.
Câmeras de segurança registraram o atropelamento. Motoristas que estavam nas proximidades também filmaram o carro com o corpo da mulher sendo arrastado em um trecho da marginal.
Após o atropelamento, policiais militares recorreram a imagens de câmeras de segurança e dados de radares da região para identificar o suspeito. Os PMs chegaram a um endereço que seria o dele, mas ele não estava lá.
Segundo o boletim de ocorrência, o atropelamento ocorreu perto de um bar, e as pessoas que estavam nele presenciaram todo o episódio.
Um funcionário do estabelecimento disse à polícia que o motorista agiu de forma intencional, atropelando e passando por cima da vítima.
Quando a mulher já estava sob o veículo, o motorista ainda teria puxado o freio de mão e feito movimentos bruscos com o carro.



