SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A segunda fase do CNU (Concurso Nacional Unificado) será realizada neste domingo (7), restando poucos dias para que os candidatos se organizem para a data e finalizem seus estudos.

As provas serão aplicadas das 13h às 16h para todos os cargos de nível superior e das 13h às 15h para candidatos de nível intermediário.

Nos cargos de nível superior, a prova discursiva terá duas questões, valendo 22,5 pontos cada, podendo totalizar 45 pontos ao todo. Para os cargos de nível intermediário, a prova será composta por uma redação em formato dissertativo-argumentativo e poderá totalizar 30 pontos.

As provas discursivas deverão ser respondidas em até 30 linhas, para cada uma das questões ou redação. Desde o dia 1º de dezembro, os locais de prova podem ser acessados pelos candidatos por meio do site da FGV Conhecimento, banca responsável pela organização da seleção.

Ao todo, 42.499 candidatos participarão da etapa. Para conferir se foi convocado, é possível acessar o edital publicado pela Enap (Escola Nacional de Administração Pública).

É recomendado, mas não obrigatório, imprimir o cartão de confirmação para consultar as informações no dia, já que é proibido usar celulares, computadores, relógios e outros aparelhos eletrônicos durante a prova.

O edital do concurso prevê que a avaliação das provas discursivas considerará como critérios:

– Para nível superior: o domínio dos conhecimentos específicos, que corresponderá a 50% da nota total, e o uso da língua portuguesa, que corresponderá aos 50% restantes;

– Para a redação de nível intermediário, toda a nota da prova será referente ao uso da língua portuguesa.

A prova discursiva deverá ser manuscrita de forma legível, sendo obrigatório o uso de caneta esferográfica de tinta azul ou preta, fabricada em material transparente.

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COMO DEVO ESTRUTURAR A RESPOSTA DA DISCURSIVA?

Letícia Bastos, professora de língua portuguesa do Gran Concursos, diz que a estrutura ideal depende do bloco ao qual o candidato pertence, pois o tipo de prova discursiva varia conforme o nível e o conteúdo exigido.

Para os blocos 8 e 9 (nível intermediário), a proposta segue o modelo de uma dissertação argumentativa tradicional. Nesse caso, a professora diz que é recomendado que o texto seja estruturado em quatro parágrafos:

– Introdução, com a contextualização e apresentação da tese;

– Dois parágrafos de desenvolvimento, cada um com um argumento bem articulado e exemplos que sustentem o ponto de vista;

– Conclusão, com a retomada do posicionamento defendido e a conclusão da ideia com coesão.

Já para os blocos de 1 a 7 (nível superior), a prova segue o formato de questão discursiva técnica com subitens. Letícia diz que o edital prevê que o candidato organize a resposta com uma introdução, seguida de um parágrafo de desenvolvimento para cada item solicitado, finalizando com uma conclusão.

“Ou seja, a quantidade de parágrafos de desenvolvimento varia de acordo com o número de perguntas formuladas pela banca. É fundamental que o candidato respeite essa estrutura descrita no edital, porque a banca pode penalizar quem entregar a redação sem introdução e conclusão”, diz a especialista.

QUAL É O PRINCIPAL ERRO DOS CANDIDATOS NA DISCURSIVA?

O erro mais recorrente, de acordo com a professora, é fugir parcial ou totalmente da proposta. “Muitos candidatos escrevem textos com boa linguagem, mas que não respondem diretamente à questão ou aos comandos apresentados”, afirma Letícia.

Outro erro comum, segundo a especialista, é responder de forma vaga, sem aprofundar argumentos, ou simplesmente listar informações sem articulá-las em uma linha de raciocínio clara.

Os candidatos também devem estar atentos para erros de falta de organização textual, ausência de coesão e problemas gramaticais graves que comprometem a clareza.

O professor do Estratégia Concursos Bruno Bezerra diz que os candidatos devem se atentar para atender ao formato exigido. “Muitos candidatos escrevem blocos soltos ou respostas telegráficas, sem introdução, desenvolvimento e conclusão, o que compromete diretamente critérios como organização textual e progressão lógica das ideias”, afirma o especialista.

O QUE A FGV MAIS VALORIZA NAS RESPOSTAS DISCURSIVAS?

Letícia diz que a FGV valoriza o conjunto de três competências: conteúdo técnico, organização do texto e objetividade. Em provas discursivas, no entanto, o conteúdo técnico bem articulado é o principal diferencial.

De acordo com a professora, não basta ter boa escrita. É essencial também demonstrar domínio do conteúdo específico do bloco temático, articulando conceitos com clareza e profundidade.

COMO POSSO ORGANIZAR MEU TEMPO?

A prova discursiva do CNU pode parecer simples à primeira vista, mas a professora destaca que ela exige leitura cuidadosa do tema, planejamento da estrutura, escrita com coerência e coesão e revisão final.

“Se o candidato não tiver praticado antes, pode acabar gastando tempo demais na introdução ou travar no desenvolvimento, o que leva a estourar o tempo ou a entregar um texto incompleto”, afirma a professora.

Para evitar que isso aconteça, é necessário que o candidato treine com antecedência em condições reais: usar o relógio, escrever à mão ou com o mesmo limite de tempo da prova real, e revisar o texto ao final.

Letícia diz que a recomendação prática é dividir o tempo da seguinte maneira: cerca de 10 minutos para leitura e planejamento, 60 a 70 minutos para redação, e os 10 minutos finais para uma boa revisão.

DEVO PRIORIZAR LINGUAGEM TÉCNICA OU ACESSÍVEL?

Bruno Bezerra diz que o ponto central é que a clareza sempre vem primeiro. Para ele, o candidato não precisa nem deve tentar escrever de forma rebuscada ou artificial. O texto precisa ser direto, coeso e facilmente compreendido pelo examinador.

“Isso não significa abandonar a linguagem técnica quando ela for necessária. Nos blocos temáticos de nível superior, é esperado que o candidato utilize termos próprios da área, conceitos específicos e referências adequadas”, diz o professor, que adiciona que tudo isso deve aparecer de maneira natural, objetiva e organizada.

“Um recurso muito eficiente é o uso do tópico frasal: iniciar o parágrafo com a palavra-chave ou com o conceito central da resposta. Isso facilita a vida do corretor e deixa evidente que o candidato entendeu o que estava sendo perguntado”, diz Bezerra.

COMO ESTUDAR DIAS ANTES DA PROVA?

O professor do Estratégia afirma que, faltando poucos dias para a prova, o objetivo não é aprender algo novo, mas reforçar a memória de curto prazo e ganhar velocidade mental para estruturar respostas. “O treino mais eficiente é o candidato pegar os tópicos das matérias do bloco dele e tentar, de cabeça, responder”, diz. Se ele não se lembrar de algum ponto, deve voltar no material e revisar.

Para os blocos de nível superior, o professor diz que isso significa revisar conceitos, definições, classificações, princípios, diferenças e aplicações práticas do conteúdo específico.

“Para os blocos 8 e 9 , como a avaliação é 100% baseada no uso da língua portuguesa, o treino deve incluir escrever pequenos textos diariamente; revisar conectivos, pontuação, coesão e estrutura; e acompanhar temas atuais ligados à área de saúde e regulação, especialmente políticas públicas”, diz.

O QUE PODE ZERAR A MINHA NOTA?

O edital determina que será atribuída nota zero à questão que estiver em branco, apresentar letra ilegível, fugir do tema, e for respondida em local indevido. Além disso, a folha de textos definitivos não poderá ser assinada, nem conter qualquer marca que permita a identificação do candidato.

VEJA O CALENDÁRIO DO CNU 2025

Etapa – Data

Aplicação da prova discursiva – 7/12/2025

Divulgação da nota preliminar da discursiva e disponibilização do espelho de correção – 23/01/2026

Interposição de eventuais pedidos de revisão das notas da prova discursiva – 26/01 e 27/01/2026

Divulgação do resultado dos pedidos de revisão das notas da prova discursiva e do resultado definitivo da prova discursiva – 18/02/2026

Divulgação do resultado dos pedidos de revisão das notas dos títulos e do resultado definitivo dos procedimentos para as pessoas candidatas negras, indígenas e quilombolas e para as pessoas com deficiência – 18/02/2026

Previsão de divulgação das listas com as classificações das pessoas candidatas, em vagas imediatas e lista de espera, após a realização das fases 1 a 4 – 20/02/2026

1ª convocação para confirmação de interesse das pessoas candidatas classificadas – 20/02/2026

Período para a 1ª confirmação de interesse das pessoas candidatas classificadas – 21/02 a 23/02/2026

Previsão de divulgação das listas com as classificações das pessoas candidatas, em vagas imediatas e lista de espera, após o resultado da 1ª confirmação de interesse – 27/02/2026

2ª convocação para confirmação de interesse das pessoas candidatas classificadas – 27/02/2026

Período para a 2ª confirmação de interesse das pessoas candidatas classificadas – 28/02 a 02/03/2026

Previsão de divulgação das listas com as classificações das pessoas candidatas, em vagas imediatas e lista de espera, após o resultado da 2ª confirmação de interesse – 6/03/2026

3ª convocação para confirmação de interesse das pessoas candidatas classificadas – 6/03/2026

Período para a 3ª confirmação de interesse das pessoas candidatas classificadas – 7/03 a 9/03/2026

Previsão de divulgação das listas com as classificações das pessoas candidatas, em vagas imediatas e lista de espera, após o resultado da 3ª confirmação de interesse – 16/03/2026

Início das convocações para nomeação, e, quando couber, para o procedimento de investigação social e funcional, a realização da defesa de memorial e prova oral e o curso ou programa de formação – 16/03/2026