SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou nesta quarta-feira (3) que conversou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no dia 23 de novembro. A ligação havia sido reportada pela imprensa americana e foi confirmada por Trump no último domingo (30).

“Conversei com o presidente dos EUA, Donald Trump. Posso dizer que a conversa foi em tom de respeito”, disse Maduro na quarta. “Inclusive, posso dizer que foi um diálogo cordial entre o presidente dos EUA e o presidente da Venezuela.”

“Se essa chamada significa que estamos dando passos em direção a um diálogo respeitoso, Estado a Estado, país a país, que seja bem-vindo o diálogo, a diplomacia, porque sempre buscamos a paz”, disse o ditador venezuelano.

Sob Trump, os EUA fazem a maior mobilização militar na América Latina em décadas com o objetivo explícito de combater o tráfico de drogas e implícito de pressionar Maduro a deixar o poder, como querem setores linha-dura do governo.

Nos bastidores, o secretário de Estado, Marco Rubio, vem pressionando Trump a abandonar o diálogo e aprovar o uso da força militar para derrubar o regime venezuelano, de acordo com a imprensa americana.

Já outras vozes na Casa Branca pedem que o presidente reconsidere a proposta supostamente feita por Maduro: uma participação significativa do governo americano na indústria de petróleo da Venezuela em troca de permanecer no poder.

As forças americanas que hoje estão próximas da Venezuela incluem o porta-aviões USS Gerald Ford, o maior navio de guerra do mundo. Ao mesmo tempo em que deixa aberta a possibilidade de negociar com Maduro, Trump também vem dizendo que, em breve, pode ordenar ataques aéreos contra alvos em solo na Venezuela -uma ação que seria, na prática, uma declaração de guerra.