SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Frederico Barbosa, poeta e ex-diretor da Casa das Rosas, foi inocentado pela 1ª Vara do Juizado Especial Cível de São Paulo em caso de calúnia e difamação relacionado à retirada do acervo do poeta Haroldo de Campos da instituição, localizada na avenida Paulista, em São Paulo.
Em fevereiro, quando cerca de 21 mil livros que pertenceram a Campos foram enviados para um depósito, há cerca de 30 quilômetros da avenida, sem a aprovação de sua família. Na ocasião, Barbosa foi às redes para protestar contra profissionais que atuam ou já atuaram na instituição. Ele foi acusado por Reynaldo Damazio, coordenador de atividades culturais da Casa das Rosas. Damazio foi procurado pela reportagem mas não se manifestou sobre o veredito até a publicação.
Na época, a Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas de São Paulo disse que a transferência havia sido feita para garantir a preservação adequada da coleção de Campos. “Assim como era feito quando o acervo estava na Casa das Rosas, a visitação e consulta aos materiais pode ser feita mediante agendamento.”
A viúva do filho de Haroldo afirmou, então, que não era de interesse da família que “a biblioteca ficasse trancada em Barueri”. Segundo pessoas envolvidas com a instituição, a Casa das Rosas não seria o local ideal para o armazenamento de um acervo como o de Haroldo Campos.
Em 2016, Frederico Barbosa foi demitido da Casa das Rosas após mais de uma década como diretor da instituição. Na época, a Poiesis, organização social que gere a instituição cultural, disse que a decisão estava ligada “à visão de futuro do museu”.
Barbosa disse então que a suposta reestruturação pela qual a instituição estaria passando não passava de uma mentira. “Ele [Clóvis de Barros Carvalho, diretor da Poiesis] me chamou lá e disse que eu estava demitido, que meu trabalho não lhe satisfaz”, respondeu ele à época.



