SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Partido Democrata publicou nesta quarta-feira (3) imagens inéditas que mostrariam a mansão de luxo de Jeffrey Epstein, abusador condenado e acusado de vasto esquema de tráfico sexual, na ilha de Little Saint James, nas Ilhas Virgens Americanas, no Caribe. As fotos e vídeos mostram quartos e banheiros amplos, bem mobiliados e aparentemente novos.
Epstein, que foi próximo do presidente dos EUA, Donald Trump, foi preso em 2019 acusado de operar um esquema de tráfico sexual que, entre outras crimes, teria levado menores de idade para a ilha remota, onde teriam sido estupradas. Uma das vítimas, de 15 anos de idade, teria tentado fugir a nado, segundo a imprensa americana. Epstein morreu na prisão em um episódio que foi classificado de suicídio.
“Essas novas imagens oferecem uma visão perturbadora do mundo de Jeffrey Epstein”, afirmou nesta quarta o deputado democrata Robert Garcia, membro do comitê da Câmara que divulgou o material. “Estamos publicando essas fotos e vídeos para garantir transparência em nossa investigação, que busca compreender o escopo dos terríveis crimes de Epstein. Não vamos parar de lutar até conseguir justiça para as sobreviventes.”
A divulgação após meses de desgaste e resistência, e duas semanas depois de o presidente Donald Trump ceder à pressão da base do Partido Republicano e liberar os arquivos da investigação sobre o suposto esquema de tráfico sexual operado por Epstein.
Trump disse ter assinado em 19 de outubro a lei aprovada de forma quase unânime pelo Congresso no dia anterior, ordenando que o Departamento de Justiça publique todos os documentos não sigilosos sobre a investigação. Ele tinha dez dias para sancionar ou vetar o texto.
O presidente anunciou a assinatura em um post na sua rede, a Truth Social, em que repetiu as acusações de que o caso tem ligação com os democratas, não com os republicanos, e que seus opositores estariam usando “a questão Epstein” para “tentar desviar” do que ele chamou de suas “INCRÍVEIS vitórias”.
“Esta última farsa se voltará contra os democratas, assim como todas as outras!”, escreveu Trump.
A legislação determina que o departamento tem 30 dias -portanto, até 19 de dezembro- para tornar público o material em formato buscável e possível de ser baixado na internet.
Há um parágrafo no texto que explicita que nenhuma parte do material deve ter sua divulgação impedida em razão de “constrangimento, dano à reputação ou sensibilidade política”.
Por outro lado, no parágrafo em que a lei lista as razões pela qual parte dos documentos pode ser tarjada, há um item possibilitando a censura temporária de material que possa “comprometer uma investigação federal ativa ou processo judicial em andamento”.
Além de Trump, outras figuras conhecidas da política americana são citadas nos papéis -como o ex-presidente Bill Clinton, contra quem Trump ordenou a abertura de uma investigação com base no caso, além de outros nomes ligados ao partido, caso do ex-reitor de Harvard e ex-secretário do Tesouro Larry Summers.
Na publicação do Truth, o presidente voltou a mencionar Clinton e outros democratas, associando-os ao financista.
“Epstein, que foi indiciado pelo Departamento de Justiça de Trump em 2019 (e não pelos democratas!), era um democrata de longa data, doou milhares de dólares para políticos democratas e tinha fortes ligações com muitas figuras conhecidas do partido, como Bill Clinton (que viajou em seu avião 26 vezes), Larry Summers (que acabou de renunciar a vários conselhos, incluindo o de Harvard), […] e muitos outros”, escreveu Trump.



