Da Redação

O senador Sérgio Moro (União-PR) voltou a criticar decisões do ministro Dias Toffoli após a Polícia Federal cumprir, nesta quarta-feira, uma nova ordem de busca e apreensão na 13ª Vara Federal de Curitiba — unidade que conduziu os processos da Lava-Jato. Para Moro, o relato que fundamentou a medida não passa de uma “narração fantasiosa”. Os agentes recolheram documentos e materiais relacionados às investigações em andamento.

A operação integra um procedimento aberto para apurar denúncias do ex-deputado Tony Garcia. Ele afirma que, anos antes de a Lava-Jato ganhar força, teria sido pressionado por Moro, então juiz, a fazer gravações clandestinas de interlocutores. O ex-magistrado nega enfaticamente qualquer irregularidade.

Em nota, a defesa do senador classificou o caso como uma tentativa de reescrever fatos já esclarecidos: “O processo que condenou Tony Garcia, há quase duas décadas, tratou do desvio de recursos de consorciados. Como reconheceu a Procuradoria-Geral da República, não há qualquer ato que envolva Sergio Moro em sua atuação posterior como ministro ou senador que justifique o assunto no STF”.

A 13ª Vara de Curitiba já esteve no foco do Conselho Nacional de Justiça. Em 2023, o CNJ aprovou relatório que apontava indícios de condutas irregulares envolvendo magistrados e procuradores ligados à Lava-Jato, incluindo suspeitas de peculato, corrupção e prevaricação, além de possíveis articulações entre juízes e membros do Ministério Público.

O documento, produzido pelo então corregedor nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal e à Procuradoria-Geral da República para providências.