RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A necessidade de trabalhar foi motivo listado pela maioria dos homens entre 15 e 29 anos de idade que deixou de frequentar a escola no Brasil em 2024, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados nesta quarta-feira (3).

Entre os homens que não concluíram a educação básica, 53,7% afirmaram que a necessidade de trabalhar foi o motivo para terem parado. A necessidade de realizar afazeres domésticos e de cuidados foi apontado como por menos de 1% desses jovens do sexo masculino.

O IBGE considera jovens a faixa etária entre 15 e 29 anos.

Entre as mulheres, 32,1% disseram que a gravidez e a necessidade de realizar afazeres domésticos ou de cuidado foram os motivos para terem parado de frequentar. Nesse recorte, 23,1% justificaram a evasão pela gravidez, e 9% pelas tarefas domésticas.

A necessidade de trabalhar foi o motivo de 25,2% das mulheres.

A evasão escolar motivada pelo trabalho cresce conforme a idade. Entre os jovens que não estudam e não completaram o ensino médio, esse foi o motivo para 19,9% dos adolescentes de 15 a 17 anos; 39,6% dos adultos de 18 a 24 anos; e 47,7% dos adultos de 25 e 29 anos.

Entre os homens e mulheres de 15 a 29 anos, 25,4% deixaram de frequentar a escola porque não tinham interesse em estudar e 5,9% justificaram a evasão por terem concluído o nível de estudo que desejava. O recorte inclui somente os jovens que não concluíram o ensino médio.

Aparecem em menor número justificativas como não ter escola próxima (2%), desistência por não aprender ou excesso de repetência (2,1%), faltar vaga (0,4%), faltar dinheiro para a mensalidade, transporte ou material (0,5%) e falta de adaptação das escolas para pessoas com deficiência (0,7%). Outros 3,5% dos jovens, entre homens e mulheres, listaram outros motivos.

Em números absolutos, eram cerca de 8,4 milhões o número de jovens que não estudavam e não haviam concluído o ensino médio, em 2024.

No ano passado, 59,6% dos jovens não estudavam e tinham uma ocupação, e outros 40,4% não estudavam e não tinham ocupação.

Dos jovens que não estudam e não concluíram o ensino médio, 72,2% eram pretos ou pardos, e 26,8% eram brancos. No recorte por sexo, 59,7% eram homens e 40,3% eram mulheres.

Em 2023, 56,8% dos jovens que não iam à escola tinham uma ocupação, e 43,2% nem sequer uma ocupação. Em 2016 o número de jovens sem escola, com ocupação, era de 55,2%, e os sem ocupação eram 44,8%.