BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O veículo do pré-candidato à Presidência do Peru, Rafael Belaúnde Llosa, foi atingido por três disparos nesta terça-feira (2), no distrito de Cerro Azul, a cerca de 130 km de Lima. Ele não se feriu, e em seguida foi a uma delegacia registrar a ocorrência.
Belaúnde, do partido liberal Libertad Popular, é neto de Fernando Belaúnde, presidente do Peru de 1963 a 1968, quando foi derrubado por um golpe militar.
Até a última atualização deste texto, Belaúnde não havia se pronunciado sobre o ocorrido.
Pedro Cateriano, ex-ministro e ex-chefe de gabinete de governos anteriores, do mesmo partido de Belaúnde, denunciou o ataque à rádio RPP a emissora publicou fotos do que seria um carro com três buracos de bala no vidro em frente ao banco do condutor.
“É um começo ruim de campanha. Acredito que os peruanos sabemos o que é a violência. Lamentavelmente, estamos passando por um contexto de atividade delitiva ativa, mas temos que rechaçar com firmeza este ataque a tiros sofrido por Rafael Balaúnde”, disse Cateriano.
O ex-ministro instou autoridades federais a redobrarem a segurança de candidatos. “A eleição deve ser um momento de intercâmbio de opiniões e saídas para a crise. De nenhum modo se pode permitir o uso da violência venha de onde venha”, disse.
O Peru tem eleições gerais previstas para o dia 12 de abril de 2026, quando os peruanos elegerão presidente, vice-presidente e parlamentares.
O país latino-americano passa por grave e prolongada crise política há anos. Foram sete presidentes em quase uma década; a última, a extremamente impopular Dina Boluarte, governou por três anos antes de ser derrubada pelo Parlamento, em outubro desde então, o país é governado por José Jerí, líder do Congresso na ocasião.
O último presidente a concluir um mandato completo foi Ollanta Humala (2011-2016), ele mesmo símbolo de outro vetor da crise política: em abril deste ano, ele foi condeando a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro em caso de aportes ilegais da empreiteira brasileira Odebrecht e da Venezuela em suas campanhas políticas. Sua esposa, Nadine Heredia, buscou asilo no Brasil.
O economista Pedro Pablo Kuczyinski dirigiu o país de julho de 2016 a março de 2018, quando renunciou após ser implicado em denúncias de de compra de votos. Após ser condenado em 2019 por suposta lavagem de dinheiro, esteve em prisão domiciliar e está hoje em liberdade.
Vice de Kuczyinski, Martín Vizcarra foi condenado em novembro a 14 anos de prisão por corrupção. No mesmo mês, o ex-presidente Pedro Castillo foi condenado a 11 anos e 5 meses de prisão por tentativa de autogolpe ele foi retirado do poder e, em seu lugar, assumi Boluarte.



