BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Após receber indulto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o ex-presidente de Honduras Juan Orlando Hernández deixou a penitenciária de Hazelton, no estado americano da Virgínia Ocidental, nesta segunda-feira (1º), segundo registro federal prisional do país.
Trump concedeu o perdão a Hernández, condenado por associação ao narcotráfico, enquanto opera campanha criticada de ataques a embarcações supostamente ligadas a narcotraficantes no Caribe e no oceano Pacífico. A ofensiva já matou mais de 80 pessoas sem que o governo americano apresentasse evidências públicas de que os barcos carregavam drogas ou eram tripulados por traficantes.
Hernández havia sido condenado, em 2024, a 45 anos de prisão por aceitar, segundo a Justiça americana, milhões de dólares em propina para proteger carregamentos de cocaína, com destino aos EUA, pertencentes a traficantes que ele dizia combater.
O ex-presidente esteve à frente do país centro-americano de 2014 a 2022. Ele está preso desde sua extradição de Tegucigalpa, capital hondurenha, em abril de 2022 no fim do ano anterior, a atual mandatária de Honduras, Xiomara Castro, havia vencido as eleições presidenciais.
Em um comunicado, Trump disse que concedeu o perdão a Hernández porque “muitos amigos” pediram que ele o fizesse, acrescentando: “Eles lhe deram 45 anos porque ele era o presidente do país você poderia fazer isso com qualquer presidente de qualquer país”.
Ao fazer a declaração, em linha com a postura intervencionista que o governo americano vem adotando na América Latina, Trump reiterou seu apoio ao candidato Nasry Asfura, do conservador Partido Nacional (PN), que está em empate técnico com Salvador Nasralla. “Se ele não vencer, os EUA não vão desperdiçar dinheiro”, afirmou o republicano.
Uma das principais bandeiras de campanha de Trump e atualmente o fio condutor de suas políticas mais agressivas é justamente impedir a entrada de drogas nos EUA. Esta é a base dos argumentos para o fechamento da fronteira com o México, a repressão a imigrantes e mesmo das negociações comerciais com a China, que o republicano acusa de não se esforçar para conter a exportação de fentanil, opióide que tem provocado grave crise de saúde pública e segurança nos EUA.
A campanha militar americana no Caribe também tem como objetivo pressionar o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, a deixar o poder. O autocrata e autoridades políticas e militares próximas a ele são acusados pelo governo americano de liderar e participar de um cartel que envia drogas aos EUA.



