SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A OMS (Organização Mundial da Saúde) lançou nesta segunda-feira (1º) a primeira diretriz sobre o uso de terapias com GLP-1, as chamadas canetas emagrecedoras, para tratar a obesidade.
A nova orientação contém duas recomendações principais: primeiro, as terapias podem ser usadas por adultos, excluindo mulheres grávidas, para o tratamento a longo prazo da obesidade. Além disso, intervenções estruturadas de comportamento, incluindo dietas e atividades físicas, devem ser oferecidas àqueles que se utilizam do tratamento.
“Embora a eficácia dessas terapias no tratamento da obesidade e na melhoria dos resultados metabólicos e outros seja evidente, a recomendação é condicional devido a dados limitados sobre sua eficácia e segurança a longo prazo, manutenção e descontinuação, seus custos atuais, preparação inadequada do sistema de saúde e potenciais implicações de equidade”, diz comunicado.
Segundo a OMS, a organização desenvolveu a diretriz em resposta a pedidos de seus estados-membros que buscam enfrentar os desafios impostos pela obesidade. A doença foi associada a 3,7 milhões de mortes em todo o mundo em 2024 e, sem ação decisiva, o número de pessoas deve dobrar até 2030.
A diretriz é um resultado do plano de aceleração da organização para deter a doença e será atualizada à medida que novas emergências surgirem, aponta a OMS. A entidade pediu ação urgente na fabricação, acessibilidade e prontidão do sistema para atender às necessidades globais.
Mesmo com a rápida expansão na produção, a organização projeta que as terapias com GLP-1 alcançarão menos de 10% daqueles que poderiam se beneficiar até 2030. A diretriz convoca a comunidade global a considerar estratégias para expandir o acesso, como compras agrupadas, preços escalonados e licenciamento voluntário, entre outros.
A diretriz reforça que os medicamentos sozinhos não resolverão o problema global da obesidade, e defende a criação de políticas robustas em nível populacional e intervenções estruturais precoces.
Em setembro, a OMS adicionou as terapias com GLP-1 à sua lista de medicamentos essenciais para o manejo do diabetes tipo 2 em grupos de alto risco.
A obesidade é uma doença crônica complexa e um importante impulsionador de doenças não transmissíveis, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e alguns tipos de câncer. Também contribui para piores resultados em pacientes com doenças infecciosas.
Além de seus impactos na saúde, o custo econômico global da obesidade deve atingir US$ 3 trilhões anualmente até 2030. A diretriz pode ajudar nos esforços para reduzir os custos de saúde crescentes associados ao manejo da condição e complicações de saúde relacionadas.



