SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Jafar Panahi foi sentenciado a um ano de prisão pelo Tribunal Revolucionário Islâmico em Teerã. O diretor iraniano, vencedor da Palma de Ouro por “Foi Apenas um Acidente”, também foi proibido de viajar para o país durante dois anos por suas “atividades de propaganda” contra o Irã. A informação é da AFP, que confirmou a sentença com o advogado do cineasta.
“Panahi está fora do Irã neste momento”, disse ele à AFP. Também foi confirmado que a defesa do artista irá recorrer da decisão tomada pelo tribunal.
Segundo o The Hollywood Reporter, Panahi está atualmente nos Estados Unidos, onde comparecerá à cerimônia do Gotham Awards, que acontece na noite dessa segunda em Nova York. O longa concorre aos prêmios de melhor direção, melhor roteiro original e melhor filme internacional.
Panahi já foi preso duas vezes em 30 anos de carreira. A última foi em 2022, quando foi solto após uma greve de fome. A primeira foi em 2010, ao ser acusado de fazer propaganda contra o regime por apoiar Mir-Hossein Moussavi, reformista opositor à ala religiosa.
Em maio deste ano, ele conquistou o prêmio máximo no Festival de Cannes. “Foi Apenas um Acidente”, coprodução entre o Irã e a França, pode concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2026 e disputar o prêmio ao lado do brasileiro “O Agente Secreto”.
Exibido na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, o filme de Jafar Panahi chega aos cinemas brasileiros em 4 de dezembro e conta a história de um homem que acredita ter reencontrado o torturador que arruinou a sua vida no tempo em que foi mantido preso. Após sequestrá-lo, ele fica em dúvida sobre a sua verdadeira identidade.



