SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A delegada Josenise de Andrade, da Delegacia Especializada de Homicídios de João Pessoa, afirmou que muitas tentativas foram feitas para impedir o jovem morto por uma leoa de entrar na jaula, mas ele estava “decidido” a chegar perto dela.
Gerson de Melo Machado, 19, “queria ver o animal de perto”. Para Josenise, conforme as primeiras evidências, o rapaz não tinha intenção de atentar contra a própria vida, mas de se aproximar dos animais devido à curiosidade.
O jovem tinha ainda o desejo de ir para a África ser domador de leões. Ao UOL, a conselheira tutelar Verônica Oliveira, que acompanhou Gerson por nove anos, lembrou que ele sempre falava sobre o sonho durante seus contatos.
Visitantes e guardas teriam tentado afastá-lo de todas as formas do recinto da felina. A delegada argumentou que ele não atendia aos pedidos de voltar para o chão e, pela velocidade com que subiu o muro alto, agentes não conseguiram alcançá-lo.
“A parte que não é verdade é que não tenham tentado impedi-lo, tentaram muito, mas ele estava decidido a chegar perto da leoa”, disse a delegada Josenise de Andrade.
“Quando olhamos, não acreditamos que alguém conseguiu subir naquele local”, relatou ela. A delegada foi informada de que a parede tem seis metros de altura, enquanto as grades têm 1,5 metro. “Os responsáveis me informaram que local atende a todas as normas técnicas e, pelo o que observei, acredito que sim. Mas essa questão só pode ser respondida por profissionais.”
Gerson tinha transtorno mental e invadiu o recinto do animal na manhã de ontem. Vídeos feitos por frequentadores do parque circulam nas redes sociais mostrando o desenrolar do incidente com detalhes. Ao fundo, em diversos momentos, é possível ouvir as pessoas que estão observando as cenas tentando dissuadir o homem da invasão.
Um vídeo mostra primeiro o homem, que veste camiseta branca e bermuda azul clara, no topo de um muro alto que circunda o recinto da leoa. Ele se agarra a uma cerca de arame em cima do muro e se movimenta até chegar perto de uma árvore que se ergue dentro do espaço do animal.
A leoa, que estava deitada perto da parede, levanta-se rápido quando nota o homem descendo ao chão, abraçado à árvore, e se aproxima dele. Antes que o homem termine a descida, a leoa o morde na altura do quadril e o arrasta para o chão. É possível ouvir os gritos de horror dos frequentadores, inclusive de crianças, quando o ataque se consuma.
O homem aparece ensanguentado e com as roupas rasgadas no chão em seguida. A leoa também está suja de sangue deitada a pouco metros. Uma voz masculina, ao fundo, pergunta se seria possível atrair o animal para outro lado.
O parque foi imediatamente fechado para a remoção do corpo. Ele será mantido fechado para visitação até a conclusão das investigações e dos procedimentos oficiais.
LEOA NÃO SERÁ SACRIFICADA
O parque informou ainda ontem que a Leona não será sacrificada. Segundo a direção do local, “em nenhum momento foi considerada a possibilidade de eutanásia”,
Eles disseram que ela está saudável e não tem comportamento agressivo fora do contexto do ocorrido. “O protocolo em situações como essa prevê exatamente o que está sendo feito: monitoramento, avaliação comportamental e cuidados especializados”, falou a equipe.



