SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Uma veterinária que trabalha do Parque Zoobotânico Arruda Câmara saiu em defesa da leoa que matou um jovem de 19 anos após invadir a jaula dela em João Pessoa ontem.
Melanie Leite divulgou imagens ao lado da felina, chamada Leona. Nos vídeos, as duas apareceram protagonizando momentos dóceis, em que o animal pede carinho e é acariciado pela veterinária por meio da grade de proteção.
A médica argumentou que a leoa “nunca será vilã” do que aconteceu. “Ela fez apenas o que uma leoa faz. Ela nunca será a vilã. Sou completamente apaixonada por ela e pela equipe técnica”, escreveu em publicação ontem no Instagram.
Melanie falou que ela sempre teve ótima relação com todas as pessoas do zoológico. “Espero que com esse vídeo, você também consiga sentir como Leona é amada e querida por todos nós que tivemos o prazer de nos relacionar com ela”, acrescentou.
Outra veterinária também contou sobre sua experiência com a leoa. Neice Caramingo relatou que já realizou um exame em Leona e estava triste pelo o que aconteceu, sabendo que ela apenas “seguiu os instintos naturais”. A profissional falou ainda sentir muito pela família do rapaz morto.
LEOA NÃO SERÁ SACRIFICADA
O parque informou ontem que a Leona não será sacrificada. Segundo a direção do local, “em nenhum momento foi considerada a possibilidade de eutanásia”,
Eles disseram que ela está saudável e não tem comportamento agressivo fora do contexto do ocorrido. “O protocolo em situações como essa prevê exatamente o que está sendo feito: monitoramento, avaliação comportamental e cuidados especializados”, falou a equipe.
Gerson de Melo Machado tinha transtorno mental e invadiu o recinto do animal na manhã de ontem. Vídeos feitos por frequentadores do parque circulam nas redes sociais mostrando o desenrolar do incidente com detalhes. Ao fundo, em diversos momentos, é possível ouvir as pessoas que estão observando as cenas tentando dissuadir o homem da invasão.
Um vídeo mostra primeiro o homem, que veste camiseta branca e bermuda azul clara, no topo de um muro alto que circunda o recinto da leoa. Ele se agarra a uma cerca de arame em cima do muro e se movimenta até chegar perto de uma árvore que se ergue dentro do espaço do animal.
A leoa, que estava deitada perto da parede, levanta-se rápido quando nota o homem descendo ao chão, abraçado à árvore, e se aproxima dele. Antes que o homem termine a descida, a leoa o morde na altura do quadril e o arrasta para o chão. É possível ouvir os gritos de horror dos frequentadores, inclusive de crianças, quando o ataque se consuma.
O homem aparece ensanguentado e com as roupas rasgadas no chão em seguida. A leoa também está suja de sangue deitada a pouco metros. Uma voz masculina, ao fundo, pergunta se seria possível atrair o animal para outro lado.
O parque foi imediatamente fechado para a remoção do corpo, segundo a secretaria. Ele será mantido fechado para visitação até a conclusão das investigações e dos procedimentos oficiais.



