Da Redação
O Ministério da Saúde apresentou um novo pacote de ações que marca uma virada na preparação do SUS para um futuro cada vez mais afetado pelas mudanças climáticas. São R$ 9,8 bilhões destinados a obras, modernizações e compras de equipamentos projetados para resistir a enchentes, ondas de calor, tempestades e demais eventos extremos que já impactam a rotina de unidades de saúde pelo país.
O investimento integra o programa AdaptaSUS, revelado durante a COP30, em Belém, e reforçado pelo ministro Alexandre Padilha no 14º Abrascão. O ministro classificou a emergência climática como um desafio de saúde pública que já afeta diretamente o funcionamento de hospitais, lembrando que, globalmente, um em cada 12 deles precisa interromper atividades por conta de fenômenos climáticos.
Novos padrões de construção e funcionamento
Para orientar estados e municípios, o governo lançou o Guia Nacional de Unidades de Saúde Resilientes, que passa a servir como referência para qualquer obra vinculada ao Novo PAC. O documento estabelece critérios que incluem estruturas reforçadas, sistemas de energia e água independentes, inteligência predial e protocolos de segurança voltados à continuidade dos serviços mesmo em cenários adversos.
A elaboração e a implementação dessas diretrizes serão acompanhadas por um grupo técnico formado por especialistas do Ministério da Saúde, Fiocruz, Anvisa, Opas e conselhos profissionais, garantindo base científica e padronização nacional.
Avanços na regulação de pesquisas com seres humanos
Durante o congresso, a pasta também anunciou a criação da Instância Nacional de Ética em Pesquisa (Inaep), que substituirá o atual modelo de avaliação ética. A proposta busca agilizar autorizações, diminuir burocracias, unificar critérios de risco, regulamentar biobancos e posicionar o Brasil mais próximo das práticas internacionais.
Com as mudanças, o governo espera tornar o país mais competitivo em estudos clínicos e garantir maior segurança e transparência na condução de pesquisas envolvendo seres humanos.
As duas iniciativas — adaptação climática e modernização ética — sinalizam um esforço do Ministério da Saúde para preparar o SUS e o ambiente científico brasileiro para desafios que já não pertencem ao futuro, mas ao presente.






