Da Redação
O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) voltou a colocar o Fundeinfra no centro do debate eleitoral ao afirmar que, caso retorne ao comando do Estado, irá extinguir a chamada Taxa do Agro logo no primeiro dia de mandato. A declaração, no entanto, foi recebida com ceticismo por técnicos do governo e especialistas em legislação tributária.
O motivo é simples: a cobrança já tem prazo definido para terminar. O próprio texto que instituiu o Fundeinfra prevê que o mecanismo deixa de valer em 31 de dezembro de 2026, sem necessidade de qualquer ato futuro. Ou seja, a promessa de extinção imediata esbarra no fato de que a contribuição possui validade limitada e expirará antes mesmo de um eventual novo governo.
Integrantes da gestão estadual classificaram o discurso como “impreciso” e “politicamente conveniente”. Segundo eles, a vinculação da taxa ao fundo foi criada com data certa para ser descontinuada e, até lá, é peça importante no financiamento de obras de infraestrutura, especialmente rodovias utilizadas pelo agronegócio.
A fala de Marconi também gerou reação entre representantes do setor produtivo. Parte dos produtores avalia que o imposto impacta a competitividade, enquanto outra ala reconhece que as obras executadas com os recursos têm reduzido custos logísticos. Mesmo diante de opiniões divergentes, há consenso de que qualquer mudança exige debate técnico e articulação legislativa, e não apenas uma decisão unilateral.
Ao colocar o tema no centro da campanha, o tucano reacende uma discussão sensível em ano eleitoral, mas enfrenta o desafio de explicar como pretende revogar algo que, na prática, já tem data marcada para deixar de existir.






