Da Redação

A pesada derrota por 6 a 0 diante do Fluminense, na noite de quinta-feira (27/11), desencadeou um dos desabafos mais duros já feitos por um jogador do São Paulo nesta temporada. Luiz Gustavo, zagueiro e capitão tricolor, falou com voz embargada após o apito final e transformou a entrevista em um alerta sobre o rumo do clube.

Claramente abatido, o defensor afirmou que o resultado não foi um acidente de percurso, mas consequência de problemas que se arrastam há muito tempo. Ele pediu que figuras de maior influência dentro do São Paulo apareçam publicamente, assumam suas parcelas de responsabilidade e estabeleçam um plano real de reconstrução.

Segundo o capitão, o elenco reconhece seus erros, mas já não aceita carregar sozinho o peso de situações que, na visão dele, envolvem muito mais do que desempenho em campo.
“Hoje fomos nós que erramos, isso é fato. Mas um clube gigante como o São Paulo não pode viver ano após ano sem uma direção clara. É preciso saber o que se quer desde o primeiro dia da temporada. Isso tem que vir de cima”, declarou.

Em um dos momentos mais incisivos, Luiz Gustavo mirou diretamente a alta cúpula tricolor. Disse que não sabe qual será seu futuro, mas que prefere sair sendo honesto a permanecer calado diante do que considera falhas de gestão. Ele pediu desculpas à torcida, mas reforçou que mudanças precisam ser assumidas por todos os níveis do clube, não apenas pelos atletas.

Sem citar nomes, afirmou que há pessoas em posições estratégicas que convivem com os mesmos problemas há anos, sem que nada avance. Para ele, esse ciclo precisa ser encerrado imediatamente para que o São Paulo volte a competir em alto nível.

Encerrando seu pronunciamento, o capitão destacou que a grandeza do clube exige decisões firmes e coragem interna:
“O São Paulo é enorme, maior do que qualquer um aqui dentro. E justamente por isso é hora de colocar cada coisa em seu lugar, para que esse clube volte a caminhar para frente.”

A derrota mantém o time de Hernán Crespo em 8º lugar, com 48 pontos, sem possibilidade de alcançar o Bahia, que ocupa a última vaga da Pré-Libertadores com 54 pontos.