Da Redação
Em 2018, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez críticas duras ao modelo de prisão domiciliar adotado no Brasil. Na época, afirmou que o país não era “sério” por permitir que condenados cumprissem pena em casa e ironizou a falta de eficiência no monitoramento eletrônico.
“Dá para levar a sério um país onde existe prisão domiciliar? O condenado é carcereiro dele mesmo! Se não conseguem nem monitorar as tornozeleiras eletrônicas, o que dirá cada preso em seu domicílio”, escreveu o parlamentar no X, defendendo mudanças urgentes na legislação penal.
Anos depois, as falas do deputado voltaram à tona após a prisão preventiva do seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, no último sábado (22). Segundo a Polícia Federal, ele tentou romper sua tornozeleira eletrônica utilizando uma fonte de calor — um ferro de solda — fato reconhecido pelo próprio ex-presidente durante abordagem dos agentes.
Bolsonaro afirmou ter usado o objeto “por curiosidade”, mas a ação motivou a ordem de prisão assinada pelo ministro Alexandre de Moraes. A ferramenta, que atinge temperaturas elevadas e serve para derreter metais, teria deixado marcas na tornozeleira.
A defesa do ex-presidente tenta reverter a situação e garantir que Bolsonaro retorne ao regime anterior. Os advogados alegam que ele enfrentou um quadro de confusão mental e alucinações provocado por medicamentos, argumento também relatado por profissionais responsáveis por acompanhá-lo no Distrito Federal.
Durante a audiência de custódia, Bolsonaro descreveu o episódio como um momento de “paranoia” logo após atendimento médico.






