Da Redação
A Polícia Civil de Goiás iniciou, nesta terça-feira (18), uma ofensiva contra um suposto esquema de corrupção envolvendo um contrato firmado em 2024 pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. A ação, batizada de Operação Pagamento Imediato, cumpre 13 mandados de busca e apreensão em quatro estados, investigando irregularidades ocorridas na gestão do então prefeito Rogério Cruz, período em que Wilson Pollara — posteriormente preso — comandava a pasta da Saúde.
A apuração conduzida pela Dercap aponta indícios de três crimes: associação criminosa, fraude em licitação e contratação direta ilegal. O foco é um contrato firmado com uma empresa sediada em Palmas (TO), cuja seleção e execução teriam apresentado diversas inconsistências. O alerta inicial partiu de um relatório técnico da Secretaria Estadual de Saúde, que apontou problemas graves desde a escolha da contratada até a entrega dos serviços.
De acordo com a Polícia Civil, o cenário levantou suspeitas pela velocidade atípica da liberação dos pagamentos. Quase R$ 12 milhões teriam sido quitados em um período muito inferior ao previsto, sem qualquer comprovação efetiva da execução dos serviços. Há ainda indícios de que parte do dinheiro foi repassada antes mesmo da assinatura do contrato — elemento que reforça a hipótese de direcionamento.
As buscas foram realizadas em endereços localizados em Goiás, Tocantins, São Paulo e no Distrito Federal. Além das diligências, a Justiça autorizou medidas como quebra de sigilo bancário e fiscal, suspensão das atividades econômicas dos investigados e bloqueio de bens e valores até atingir o montante de R$ 12 milhões, visando garantir futuro ressarcimento ao poder público.
Posicionamento de Rogério Cruz
O ex-prefeito Rogério Cruz afirmou, por meio de nota, que não está entre os alvos da operação. Disse ainda que permanece à disposição das autoridades para colaborar com qualquer esclarecimento relacionado à atuação de ex-servidores investigados no processo.






