Da Redação
A sexta-feira ganhou um novo capítulo de tensão política após a reação de Eduardo Bolsonaro ao voto do ministro Alexandre de Moraes, que se manifestou a favor de abrir ação penal contra o deputado. Nas redes, Eduardo divulgou publicações que classificavam a decisão como “vingança pessoal” e indicavam perseguição política.
O voto de Moraes — acompanhado pelo ministro Flávio Dino — tratou da denúncia da PGR que acusa Eduardo de coação no curso do processo. Logo depois, o deputado repostou um comentário do influenciador Paulo Figueiredo, que criticou a decisão e afirmou que o parlamentar estaria sendo alvo de uma ofensiva política.
Em suas próprias falas, Eduardo contestou o encaminhamento do ministro e levantou dúvidas sobre a forma como a denúncia foi apresentada. “Tudo que sei veio pela imprensa, já que nunca fui formalmente citado. Por que não usar os canais oficiais com os Estados Unidos?”, escreveu. Em vídeo, ele também desafiou a interpretação de Moraes: “Se estou cometendo crime nos EUA, então o ministro está dizendo que os EUA protegem um criminoso.”
Paulo Figueiredo reforçou as críticas ao afirmar que Eduardo estaria sendo denunciado por atos realizados fora da jurisdição do STF e sem direito de defesa adequado, chegando a dizer que o caso tentaria impedir o deputado de concorrer nas próximas eleições.
Se a maioria dos ministros concordar com Moraes, Eduardo Bolsonaro será oficialmente transformado em réu. O julgamento do mérito ocorrerá posteriormente, determinando absolvição ou condenação.
No voto, Moraes destacou que a PGR apresentou elementos suficientes para justificar a abertura da ação penal, apontando que os atos atribuídos a Eduardo estavam respaldados por provas, incluindo declarações públicas e dados obtidos em celulares apreendidos. Segundo o procurador-geral Augusto Aras, a denúncia se baseia em manifestações que buscavam incentivar autoridades norte-americanas a impor sanções ao Brasil.
O julgamento acontece no plenário virtual do STF e seguirá até o dia 25 de novembro, com votos ainda aguardados da ministra Cármen Lúcia e dos ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino.






