Da Redação

Com a corrida eleitoral de 2026 ganhando corpo, os principais nomes cotados para disputar o governo de Goiás já se movimentam para conquistar dois grupos decisivos: o setor do agronegócio e o eleitorado do Entorno do Distrito Federal. Entre os que articulam nos bastidores estão o vice-governador Daniel Vilela (MDB), o senador Wilder Morais (PL) e o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) — todos em busca de fortalecer alianças políticas e consolidar bases regionais.

Disputa por influência no Entorno

Nesta semana, Daniel Vilela intensificou as agendas na região. Na terça-feira (11), o vice-governador participou do programa Goiás Social, em Novo Gama, acompanhado da primeira-dama Gracinha Caiado. O evento, que leva serviços públicos gratuitos à população, também serviu como palco político: Vilela aproveitou para reunir-se com o prefeito Carlinhos Mangão (PL), empresários locais e lideranças municipais.

Segundo o cientista político Pedro Pietrafesa, o Entorno se tornou uma área estratégica há décadas. “É uma região com alto número de eleitores, capaz de compensar perdas em Goiânia ou em outras cidades grandes”, explicou.

Com a proximidade do atual governo com os prefeitos da região, Daniel Vilela leva vantagem na disputa local. O emedebista herdará o comando do Palácio das Esmeraldas em abril de 2026, quando o governador Ronaldo Caiado deixará o cargo para disputar a Presidência da República.

Corrida pelo apoio do agro

Enquanto isso, o agronegócio — setor que movimenta a economia goiana — tornou-se outro campo de disputa política. O senador Wilder Morais participou recentemente do seminário A Voz do Campo, em Jataí, onde destacou a importância de “ter governantes comprometidos com quem trabalha e produz”.

Daniel Vilela tem mantido pontes abertas com o segmento. Nos bastidores, é cotado para compor sua chapa com nomes ligados ao setor, como o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, e o ex-prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale (União Brasil).

Do outro lado, Marconi Perillo tenta recuperar espaço no campo político e econômico. O ex-governador tem intensificado o diálogo com lideranças rurais e empresários do setor. Em agosto, o PSDB, sob sua liderança nacional, criou um secretariado voltado ao agronegócio. Ele também vem criticando o Fundeinfra (Taxa do Agro), prometendo extinguir a cobrança caso seja eleito.

O peso político do agro

Para Pietrafesa, o movimento é estratégico: “O agronegócio é bem visto pelo eleitorado de direita e centro-direita, e representa uma das principais forças econômicas do estado. Estar próximo desse grupo vai além da busca por votos — é uma forma de construir um diálogo sólido com quem tem grande influência política e financeira em Goiás.”

Com o agronegócio e o Entorno no centro das articulações, a disputa pelo comando do Estado já começou — e promete se intensificar nos próximos meses, à medida que alianças e estratégias ganham forma no tabuleiro político goiano.