Da Redação

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, caminha para ser reconduzido ao comando da Procuradoria-Geral da República (PGR), embora enfrente um clima político mais tenso que o da primeira votação. A sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado está marcada para quarta-feira (12), e a previsão é de aprovação apertada — bem diferente do placar confortável de 2023, quando recebeu 23 votos favoráveis e apenas 4 contrários no colegiado.

Segundo levantamento do Poder360, de 10 a 12 senadores devem votar contra o nome de Gonet nesta nova rodada. A CCJ tem 27 integrantes, e a recondução depende da maioria simples. No plenário, o cenário também é mais delicado: o procurador precisa de 41 votos, mas a oposição calcula cerca de 25 contrários.

A principal resistência vem do bloco bolsonarista e de parte da direita independente, insatisfeitos com o papel da PGR na denúncia que levou à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A sentença, que somou 27 anos e 3 meses de prisão, acirrou os ânimos entre os aliados do ex-chefe do Executivo.

Parlamentares como o senador Eduardo Girão (Novo-CE) têm criticado o processo, alegando que a acusação se baseou em uma delação “viciada” do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. “Houve coação psicológica. Aquilo foi um espetáculo armado”, afirmou o senador.

Apesar da pressão, o relator da sabatina, Omar Aziz (PSD-AM), defendeu a recondução e destacou que Gonet “preenche todos os critérios exigidos pela Constituição e pelo regimento do Senado”.

Nos bastidores, o governo Lula e líderes governistas trabalham para garantir o apoio necessário. A expectativa é de vitória, mas com placar mais estreito e votos de protesto vindos da ala conservadora — um sinal de que, embora Gonet deva continuar à frente da PGR, sua base de sustentação política já não é tão sólida quanto antes.