Da Redação

O que era para ser uma festa do automobilismo brasileiro em Interlagos terminou com frustração e silêncio nas arquibancadas. Gabriel Bortoleto, de 21 anos, viu seu primeiro Grande Prêmio em casa na Fórmula 1 acabar antes mesmo da primeira volta. O piloto da Sauber se envolveu em um toque com Lance Stroll, da Aston Martin, perdeu o controle do carro e bateu no muro na famosa curva “Bico de Pato”.

“Eu estava lutando com o Lance, por fora. Acho que ele não me viu. Abriu demais a curva, encostou e fui direto para a parede. Ali não tem para onde escapar”, explicou o paulista logo após o abandono. “Não culpo ninguém, foi coisa de primeira volta. Acontece. Faltou sorte.”

Um fim de semana para esquecer

O tom melancólico da corrida coroou um fim de semana de azar para o jovem piloto. No sábado, durante a corrida sprint, Bortoleto sofreu um forte acidente na reta principal, quando tentava ultrapassar Alex Albon, da Williams. A Sauber perdeu o controle na pista úmida e bateu violentamente nos muros a mais de 300 km/h, chegando a sair do chão.

Apesar do susto, ele saiu ileso. Porém, o estrago no carro foi tão grande que a equipe não conseguiu reconstruí-lo a tempo do treino classificatório, obrigando o brasileiro a largar na última posição no domingo. E, em menos de dois minutos, o sonho do primeiro GP em casa virou poeira.

“Vou voltar mais forte”

Mesmo abatido, Bortoleto demonstrou maturidade e prometeu transformar a decepção em aprendizado. “Um final de semana como esse só me faz querer voltar mais forte. Hoje dói, amanhã vai doer menos. E um dia vou olhar para trás e ver que tudo isso me fez crescer.”

O piloto também fez questão de agradecer o carinho do público que lotou as arquibancadas de Interlagos. “Tive que voltar andando no meio da torcida. Ouvi tanta gente gritando meu nome… Foi emocionante. O brasileiro tem um coração gigante. Fiquei triste pelo resultado, mas feliz por sentir esse apoio.”

A promessa que segue viva

Mesmo com o abandono, Bortoleto segue como uma das principais apostas da nova geração da Fórmula 1. Em seu ano de estreia, já soma 19 pontos e chega credenciado pelos títulos consecutivos da Fórmula 3 e Fórmula 2.

A estreia em casa não teve o final esperado — mas o talento e a garra do jovem paulista mostram que este foi apenas um tropeço no caminho de uma carreira que ainda promete muitas voltas por cima.