SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Brasil está no radar da OpenAI. “Temos mais de 50 milhões de usuários brasileiros, e o número não para de crescer. É um dos mercados ao redor do mundo onde as pessoas realmente se inclinaram para a IA”, disse Sam Altman, CEO da empresa criadora do ChatGPT, em entrevista à revista Veja.
Segundo o executivo, a companhia planeja “continuar investindo bastante” no país. Em agosto, a empresa já havia anunciado a abertura de um escritório em São Paulo até o fim do ano. O Brasil está entre os três maiores mercados do ChatGPT, com 140 milhões de mensagens enviadas por dia para a ferramenta de inteligência artificial, segundo um levantamento recente da OpenAI.
“Queremos continuar trabalhando com o Brasil para torná-lo um centro cada vez mais relevante”, afirmou Altman à revista. Segundo ele, o país tem “o ingrediente mais decisivo” para se tornar uma potência global em inteligência artificial: “uma tonelada de pessoas que a usam e estão usando para construir coisas incríveis”.
Altman reconheceu, no entanto, que há desafios de infraestrutura para expandir a IA. “A energia será o limitador de longo prazo da quantidade de IA que podemos ter no mundo. Minha crença pessoal é que as matrizes nuclear e solar acabarão sendo as duas fontes de energia dominantes.”
O executivo também comentou o avanço da tecnologia em setores sensíveis, como saúde e jornalismo. “Talvez o melhor médico do mundo seja muito melhor do que o ChatGPT. Mas, se não há opção, se não dá para pagar por um médico, especialmente em regiões pobres, será muito melhor do que nada”, disse.
Sobre a produção de conteúdo, Altman afirmou que não espera que a IA substitua os profissionais da imprensa. “No jornalismo, as pessoas realmente querem uma conexão com quem está escrevendo a história. Eu esperaria que, em um mundo com uma tonelada de conteúdo gerado por IA, o valor de um bom jornalista aumentasse.”
Apesar do sucesso global do ChatGPT, Altman considera que a revolução da inteligência artificial ainda está em seu início. “Há uma estrada imensa de crescimento. Ainda estamos nos estágios iniciais da revolução”, afirmou à revista.




