SANTOS E SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Os próximos confrontos contra Flamengo e Palmeiras serão chave para as conversas sobre renovação entre Santos e Neymar. Os clássicos são considerados importantes tanto para avaliar a evolução física do camisa 10 como para a solidificação da permanência do alvinegro na série, dois fatores fundamentais da negociação.

Ambos os lados mostram interesse e confiança em um acerto, mas ainda é necessário negociar valores que façam sentido para as duas partes. Do lado alvinegro, uma nova operação financeira como a de janeiro, que envolveu um contrato de R$ 105 milhões por cinco meses, está fora de cogitação. Desse valor, o Santos deve R$ 85 milhões a serem pagos até o fim de 2026. O salário na carteira de pouco mais de R$ 4 milhões sempre foi honrado.

Do outro lado, o do estafe de Neymar, existe a avaliação de que, mesmo com o atacante lutando contra as lesões e sem ter conseguido sequência dentro de campo, não há uma perda de valor. Sua marca continua atraindo parcerias e negócios, e seu estafe acredita que isso tem trazido um grande benefício ao clube.

No meio do ano, o Santos chegou a propor a discussão de um modelo de produtividade, o que foi rejeitado. Depois do contrato de janeiro, a ideia de ambos os lados era um acordo mais modesto para o segundo semestre -que se concretizou- com a retomada de valores mais altos para 2026.

Esse plano, entretanto, previa uma evolução do astro dentro de campo, com sequência. Como isso não aconteceu, será necessário um novo alinhamento de expectativas e algumas rodadas de negociação.

Quem convive com Neymar afirma que ele está focado em garantir um lugar na Copa do Mundo de 2026 e, para isso, intensificou sua dedicação aos treinamentos. As fontes ouvidas pela reportagem dizem que seus indicadores físicos evoluíram em relação aos de antes da lesão, e esperam que isso apareça na reta final do Brasileiro.

Há ainda duas incertezas: a primeira, em relação a hipótese de rebaixamento. No Santos, consideram provável que Neymar deixe o clube caso isso aconteça – até porque disputar a Série B do Brasileirão o tiraria de vez do radar de Carlo Ancelotti e da Copa do Mundo. No entorno do jogador, a possibilidade de queda não é sequer discutida no momento.

A segunda incerteza envolve também a seleção: caso fique claro nos próximos meses, de forma antecipada, que Neymar não terá lugar na Copa Mundo, isso pode impactar a decisão sobre os próximos passos da sua carreira, reabrindo a possibilidade de transferência aos EUA ou a outro país menos competitivo.