PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – Quatro manifestantes pró-Palestina foram presos por interromper com um sinalizadores de fumaça e panfletos uma apresentação de uma orquestra israelense em Paris. O incidente ocorreu na noite de quinta (6), na Philharmonie, uma das principais salas de concerto da capital francesa.
Espectadores postaram nas redes sociais cenas do protesto, que mostram a apresentação da Orquestra Filarmônica de Israel interrompida em pelo menos três momentos.
No primeiro deles, a orquestra, regida pelo maestro israelense Lahav Shani, apresentava o 5º Concerto de Beethoven com o pianista húngaro András Schiff, quando uma mulher jogou panfletos da plateia superior, gritando “Israel assassino!”. Seguranças a retiraram rapidamente.
Minutos depois, em dois momentos, espectadores se levantaram brandindo sinalizadores vermelhos, provocando novamente a paralisação do concerto e a intervenção da segurança. Os vídeos mostram um dos manifestantes sendo agredido por outros espectadores.
No final do concerto, segundo a revista Télérama, os músicos executaram, de pé, o hino nacional de Israel, cantado por parte do público.
Segundo o jornal Le Figaro, um dos detidos tem “ficha S” nos serviços de inteligência policial, código que designa pessoas vigiadas por “risco de distúrbio à ordem pública ou à segurança do Estado”.
“Foi um ato gravíssimo, irresponsável e perigoso. Nada justifica que se coloque em risco a vida dos espectadores”, condenou o ministro do Interior, Laurent Nuñez.
“Minha homenagem aos músicos, que continuaram tocando apesar das interrupções de agitadores odiosos”, postou Yonathan Arfi, presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França. “A punição deve ser exemplar.”
A Philharmonie é uma sala de concertos pública, também conhecida como Cité de la Musique. O convite à filarmônica israelense havia sido criticado por um sindicato de trabalhadores do setor cultural.
Pedidos de boicote a Israel em vários setores, como cultura, esporte e educação, têm se multiplicado nos últimos dois anos, como protesto contra as ações do Exército israelense em Gaza. Por sua vez, entidades da comunidade judaica na França denunciam um recrudescimento dos atos antissemitas.




