SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Casa 1, organização de acolhimento a pessoas LGBTQIA+ em São Paulo, está encerrando suas atividades por falta de financiamento. O anúncio foi feito na última segunda-feira (3).

Na região central da cidade, o espaço foi fundado em 2017 com o propósito de abrigar jovens de 18 a 25 anos expulsos de casa por sua orientação sexual ou identidade de gênero.

Rapidamente, o projeto cresceu e abriu uma clínica social, oferecendo acesso gratuito em ações de saúde mental e cuidados à população alvo. A média de atendimentos é de 2.000 por mês. Além disso, a Casa 1 mantém um centro cultural, responsável por atividades de formação.

“Temos um contexto global de redução nos investimentos em ações para a diversidade”, relata. Segundo ele, várias marcas começaram a se retirar de negociações de patrocínio. Em 2023, exemplifica, a Casa 1 fechou 315 ações com empresas. Em 2024, foram 40. Neste ano, apenas uma.

Além disso, o projeto enfrenta dificuldades para conseguir financiamento por meio de cotas parlamentares. Dado o contexto, ficou inviável a continuidade do projeto, com custo mensal de R$ 250 mil. Assim, seu fim começou na última sexta-feira (31).

A primeira etapa foi o desligamento de uma parte da equipe contratada, e o acolhimento de pessoas encerrado. O imóvel deve ser entregue em dezembro, e os atuais moradores da residência, 12, deverão deixar o endereço. Alguns deles são imigrantes fugidos de países onde ser LGBT+ é crime.

O financiamento da entidade ocorria, majoritariamente, por meio de doações da sociedade civil. Porém, havia ainda contribuição importante de empresas e investimento estrangeiro. A partir de 2023, isso começou a mudar, conta Iran Giusti, fundador do local.