SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Mais uma empresa desconfia do home office e chama todo mundo para o escritório, lobby reduz a licença-paternidade e outros destaques do mercado nesta sexta-feira (7).

**TODO MUNDO NO ESCRITÓRIO**

O sonho do home office acabou. “Mas FolhaMercado, eu ainda trabalho todos os dias da minha casa” —se este é o caso, seu cargo é cada dia mais excepcional.

O Nubank, uma das empresas brasileiras que por mais tempo tentou manter uma cultura de trabalho mais remota do que presencial, anunciou nesta quinta-feira (6) que deu o braço a torcer: se junta ao grupo de companhias que quer todo mundo no escritório.

O QUE MUDA?

Os funcionários precisam cumprir a jornada presencial duas vezes por semana em 2026 e, a partir de 2027, isso aumenta para três dias.

A plataforma conta com 9.500 funcionários no total, mas não divulga a divisão regional.

VAI CABER?

O banco digital terá de construir mais escritórios para atender à demanda.

POR QUÊ?

Entre os motivos, a fintech diz querer fortalecer a cultura da empresa, ter ideias mais inovadoras e acelerar o desempenho operacional.

“As maiores inovações na história do Nubank nasceram da colaboração entre pessoas na mesma sala”, afirma em nota. Vai saber.

No último ano, diversas empresas, como Petrobras, Amazon, Mercado Livre, Itaú e Correios, mudaram regras internas e intensificaram o retorno ao presencial.

É provável que o leitor aplicado desta newsletter se lembre da demissão de mil funcionários que trabalhavam em regime remoto no Itaú. A decisão foi um tanto simbólica para o momento do mercado de trabalho: o home office não interessa mais à chefia.

NÃO AGRADOU

Funcionários ouvidos pela Folha de S.Paulo afirmam que alguns estão descontentes com a mudança.

Um grupo foi formado no Telegram para discutir algum tipo de organização sindical após a restrição do trabalho remoto. Os próximos capítulos da novela “home office vs. híbrido vs. presencial”, você acompanha aqui.

**NÚMERO DO DIA**

Uma cifra que imposta para o mercado

R$ 12,1 bilhões

↳ É a quantia a ser distribuída em dividendos anunciada pela Petrobras. A estatal lucrou R$ 32,7 bilhões no terceiro trimestre, o que representa uma alta anual de 0,5%.

**LOBBY CONTRA LICENÇA-PATERNIDADE**

Nem todo mundo gostou da ideia de permitir que pais acompanhem os primeiros dias de vida dos filhos com alguma tranquilidade. É que, para permitir o momento de conexão com a paternidade, as empresas têm que renunciar a funcionários por uns dias.

Empresários da indústria, do comércio e dos serviços atuaram para impedir que a Câmara dos Deputados ampliasse a licença-paternidade para 30 dias.

O prazo de um mês de afastamento para o pai participar dos cuidados do filho era defendido pelo governo Lula (PT) e pela bancada feminina.

O argumento é que a ausência dos trabalhadores no período poderia afetar a força de trabalho e prejudicar o setor produtivo.

Isso tem nome… é lobby, nome que se dá ao trabalho de empresas, partidos, parlamentares e outros elementos para negociar seus interesses nos bastidores.

A pressão contra a ampliação ocorreu mesmo com o projeto transferindo o custo da licença-paternidade para a Previdência Social —isto é, o prejuízo financeiro para as companhias será bem menor do que poderia ser.

Entre os principais atores do lobby estão a Confederação Nacional da Indústria e a FecomercioSP, que tentavam limitar a licença a no máximo 15 dias.

Entre os que defenderam a redução da licença estavam o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o líder do MDB, Isnaldo Bulhões (AL).

QUANTO CUSTA?

A estimativa é de que o custo para os cofres públicos começará em R$ 3,3 bilhões em 2027, quando a licença prevista é de 10 dias.

**PARA VER**

“Geração riqueza”

“Generation wealth”. 2018. Prime Video.

Em 2025, faz parte da condição humana buscar riqueza: até os bilionários querem ganhar cada vez mais dinheiro.

Um exemplo fresquinho: o CEO da Tesla, também conhecido como Elon Musk, o homem mais rico do mundo, conseguiu um acordo com acionistas da empresa que comanda para receber um bônus de US$ 1 trilhão (R$ 5,34 trilhões) caso atinja as metas de 2025. Afinal, quem não precisa de uma ajudinha no fim do ano?

A procura incessante por mais dinheiro é o tema da indicação desta semana. O documentário dirigido por Lauren Greenfield é baseado em uma série de fotografias que ela fez pensando na cultura materialista dos Estados Unidos.

O filme mostra como as oscilações da economia global atuam nas classes sociais e no desejo de ascensão delas.

TE LEMBRA ALGO?

Há uma certa intertextualidade entre o longa e o livro “Coisa de Rico”, do antropólogo Michel Alcoforado (publicado pela editora Todavia). Ambas as obras discorrem sobre como a capacidade de acumular dinheiro e bens faz parte da identidade individual na atualidade. Vale conferir.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

Aminimigos. A Apple e o Google, que tiveram suas diferenças no passado, podem estar próximas de um acordo para usar IA do buscador na Siri, assistente de voz dos produtos iOS.

Gringo’s money. Os investidores estrangeiros devem continuar sendo os maiores propulsores de altas na bolsa brasileira, enquanto os mercados emergentes se tornam mais atrativos para quem negocia usando moeda forte.

Foguete não tem ré. O superávit comercial do Brasil cresceu mesmo com queda nas vendas para os EUA. O país registrou um saldo positivo de US$ 6,96 bilhões em outubro e bate recordes no acumulado do ano.

Vai ou não vai? Emmanuel Macron, presidente da França, elogiou as mudanças feitas no acordo entre União Europeia e Mercosul, mas não deu pistas se assinaria ou não o documento.

É só isso. Não tem mais jeito. Acabou. Boa sorte! O Ministério da Fazenda extinguiu a Secretaria da Reforma Tributária e, com isso, Bernard Appy deixa o cargo no governo