BELÉM, PA (FOLHAPRESS) – O Fundo de Florestas Tropicais (TFFF) já tem quase 50 apoios políticos, mas que até aqui não conseguiu angariar grandes investimentos financeiros. O mecanismo é uma das principais apostas do Brasil para a COP30, a conferência sobre mudança climática da ONU (Organização das Nações Unidas).

Na lista de 47 diplomacias estão, por exemplo, Alemanha, Reino Unido, China, União Europeia, França e Emirádos Árabes Unidos, dentre outros. O documento segue aberto para que novas assinaturas sejam coletadas.

Nesta quinta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realiza um almoço com autoridades de diversos países, durante a cúpula de líderes que antecede a COP30, justamente para tentar incentivar que países endosse o TFFF.

A declaração de apoio ao fundo de florestas é um de oito documentos que o Brasil apresenta durante essa cúpula, para que outros países possam apoiar. A lista de 47 países foi revelada pelo Globo e confirmada pela Folha de S.Paulo.

A reunião, com chefes de Estado, de governo e outras altas autoridades, serve de chancela política para as negociações da COP30.

O TFFF funciona como um mecanismo financeiro tradicional, que remunera seus acionistas com parte dos lucros, a taxas de mercado (entre 4% e 5,5%, projetam os idealizadores). A diferença é que uma outra parte dos rendimentos vai para países que tenham floresta tropical, que recebem US$ 4 (R$ 21) para cada hectare de vegetação que for preservada.

Idealmente, ele vai ser composto por US$ 125 bilhões. Sua engenharia prevê que 20% venha de fundos soberanos de países ou entidades filantrópicas, que servem para dar segurança e alavancar o restante no mercado privado.

O primeiro passo para tornar o fundo operacional é conseguir o apoio dos governos para esse investimento inicial.

O Brasil foi o primeiro a fazê-lo, com um aporte prometido de US$ 1 bilhão. Desde então, a Indonésia afirmou que fará o mesmo e Portual disse que mobilizará 1 milhão de euros —valor considerado baixo por quem acompanha o tema.

Inicialmente, o discurso do governo brasileiro era que seria possível conseguir já os US$ 25 bilhões iniciais dos países durante a COP30. Na última segunda-feira (3), porém, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a meta é chegar a US$ 10 bilhões.

O apoio político é importante para demonstrar que a ideia tem adesão, mas não garante que ela seja viabilizada, e também não garante o aporte financeiro.

A declaração de apoio cita a urgência de preservar as florestas tropicais, reconhece seu fundamental para atingir ao desenvolvimento sustentável e destacasua importância para o equilíbrio climático.

Os países também assinam estarem determinados garantir que a foresta tenha mais valor em pé do que derrubada e reiteram a importância dos povos indígenas para preservar este bioma.

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VEJA A LISTA COMPLETA DE APOIOS AO TFFF ATÉ AQUI

– Alemanha

– Antígua e Barbuda

– Armênia

– Áustria

– Bélgica

– Bolívia

– Brasil

– Burkina Fasso

– Camboja

– China

– Colômbia

– Costa Rica

– Cuba

– Dinamarca

– Emirados Árabes Unidos

– Equador

– Finlândia

– França

– Gana

– Guiana

– Guiné

– Guiné-Bissau

– Holanda

– Honduras

– Indonésia

– Irlanda

– Japão

– Libéria

– Madagascar

– Malásia

– México

– Mianmar

– Moçambique

– Mônaco

– Noruega

– Panamá

– Papua-Nova Guiné

– Peru

– Portugal

– Reino Unido

– República Democrática do Congo

– Ruanda

– São Tomé e Principe

– Serra Leoa

– Suécia

– Suriname

– União Europeia