SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Seis adolescentes com idades entre 12 e 15 anos foram socorridos com suspeita de intoxicação após ingerirem remédio controlado dentro da escola estadual Júlio de Mesquita Filho, no Ipiranga, zona sul de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (6).

Os alunos, três meninos e três meninas, estavam dentro de uma sala de aula por volta das 10h20, quando um funcionário percebeu que eles estavam muito sonolentos e acionou o socorro.

Segundo o Corpo de Bombeiros, os adolescentes disseram ter ingerido clonazepam, um remédio controlado. Ao identificar a medicação, um médico da Unidade de Suporte Avançado fez o primeiro atendimento e aplicou um antídoto para a intoxicação.

Os alunos depois foram socorridos para as UPAs do Ipiranga e Mooca.

Segundo o tenente Vítor Fogolin da Silva, as crianças disseram aos bombeiros que haviam combinado de tomar o remédio juntas.

“Apesar de estarem muito sonolentas, as crianças disseram que combinaram de tomar o medicamento juntos em uma data anterior. Eles tomaram o remédio fora da escola e depois entraram para as aulas e começaram a apresentar os sintomas”, disse o tenente.

O medicamento seria de uma das estudantes, que acabou o distribuindo para os outros cinco adolescentes.

Uma funcionária da secretaria do colégio afirmou que a instituição de ensino possui câmeras em todos os lugares, menos no banheiro, onde ela diz que aconteceu o uso do remédio. Ela disse que o colégio tem 500 alunos e que não dá para “ficar vigiando”.

Segundo o Conselho Federal de Farmácia, o clonazepam é um medicamento que atua quimicamente no sistema nervoso central. Alguns dos efeitos do uso abusivo são vertigem, prejuízo da cognição, tempo de reação diminuído e tontura. O uso prolongado de clonazepam pode afetar o comportamento.

Cinco viaturas foram acionadas para atender a ocorrência. A rua em frente à escola foi interditada para socorrer as vítimas.

A Secretaria Estadual de Educação informou que as aulas seguem normalmente na unidade nesta quinta-feira para os demais alunos. A escola estadual Júlio de Mesquita Filho faz parte do programa estadual de ensino integral.

Em nota, a Unidade Regional de Ensino Centro-Sul, responsável pela escola, informou que a equipe pedagógica “agiu prontamente ao perceber que seis estudantes não estavam bem” e acionou imediatamente o Corpo de Bombeiros.

“As famílias foram comunicadas e estão acompanhando os estudantes. O caso será registrado em boletim de ocorrência e está sendo acompanhado pela equipe regional do Programa Conviva SP.

A unidadeescolar mantém contato com as famílias e permanece à disposição para mais esclarecimentos.”

CASO DESESPERA PAIS E ANTECIPA SAÍDA DE ALUNOS

A escola tem do 1º ao 9º ano do ensino fundamental. As aulas vão até as 16h, mas, devido o acidente, pais de alunos do 6º ano foram orientados para buscar os filhos por volta das 11h.

O restante continuou normal, mas, após o susto, alguns pais de outras séries também preferiram buscar os alunos.

Entre os pais que correram para a escola, o clima era de susto e opiniões divididas.

Claudia Patrícia é mãe de três alunos que estudam no colégio. Ela soube do caso pela televisão e correu para ir buscar os filhos. “Fiquei com medo e quando cheguei aqui as crianças estavam eufóricas, chorando.”

Danilene Matos também entrou em desespero quando soube do incidente. Com quatro filhos, ela soube do caso pelo grupo do WhatsApp do colégio e falou com a filha. “Eu tava trabalhando e saí desesperada”, afirmou ela, que corria para pegar os filhos e levar para casa.