BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Antes de atuar no Congresso Nacional contra a ampliação da licença-paternidade para 30 dias, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) diminuiu de 8 para 5 dias corridos o benefício dos próprios funcionários.
A redução foi uma das principais discussões durante a campanha salarial deste ano de trabalhadores do Sistema Indústria nacional, que inclui CNI, Sesi (Serviço Social da Indústria), Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e IEL (Instituto Euvaldo Lodi).
Até o último acordo coletivo, os funcionários tinham direito a 8 dias consecutivos a partir do nascimento do filho ou da decisão judicial que garantiu a adoção.
Com a renegociação, o prazo foi reduzido para 5 dias corridos exatamente o mínimo exigido pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e menos que o previsto no Programa Empresa Cidadã, que garante ao todo 20 dias de folga remunerada.
Apesar da data-base em 1º de maio, o acordo coletivo de trabalho de 2025/2026 foi assinado em 22 de setembro e publicado em 1º de outubro. A licença-luto e a licença-casamento também foram reduzidas. A CNI foi procurada pela reportagem, mas não quis se manifestar.
Empresários da indústria, comércio e serviços atuaram na Câmara dos Deputados para impedir a ampliação da licença-paternidade para 30 dias, como defendia o relator do projeto de lei, Pedro Campos (PSB-PE), e o governo Lula (PT).
Com o lobby dos setores, deputados federais aprovaram na terça-feira (4) a ampliação gradual do benefício dos atuais 5 dias para 20 dias a partir de 2027.




